Azerbaijão, novo país do “faz de conta”?

O Azerbaijão, assim como seus vizinhos, fica bem na encruzilhada entre Europa e Asia. Se um pouco mais a oeste, em Istambul, a divisa dos continentes é o estreito de Bósforo, por aqui é a cadeia de montanhas do Cáucaso que faz esta divisa. Portanto esta linha não é tênue e sim quilômetros e montanhas de distância, fazendo da região meio Europa meio Asia.

Por ficar em uma encruzilhada, acabou tendo influência de todos os povos que passaram por ali. Os persas zoroastras, a conversão para o cristianismo, conquista dos árabes, chegada dos turcos que tiveram diversas disputas com os russos. Os azeris acabaram ficando uma mescla de tudo isto. São um povo turco, mas teoricamente seguem o islamismo shiita. Na verdade são bem seculares e europeus, porém muito hospitaleiros. Sem esquecer um toque de influência Russo-Soviética, que sempre deixa suas marcas.

Com uma ou outra exceção, a grande maioria das pessoas que conheço que estiveram no Azerbaijão, não eram muito entusiastas sobre o lugar. Desta maneira eu já fui com uma expectativa baixa, mesmo sendo o tipo de pessoa que geralmente acaba gostando de tudo.

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Baku

Após perder minha conexão em Istambul, tendo que dormir uma noite no aeroporto, meu voo pela manhã não teve maiores problemas. Cheguei na imigração com o visto no passaporte, tirado na embaixada no Brasil. Recentemente que cancelaram  os vistos no aeroporto (as regras vivem mudando). Isto não facilitou tanto as coisas. Uma entrevista de pelo menos 15 minutos com o oficial da imigração, deixou inclusive outras pessoas passarem na minha frente enquanto chamava seu superior. Queriam saber o que eu ia fazer lá e porque eu não tinha o visto para a Geórgia (não precisamos) meu próximo destino. Deixou claro que depois de 3 dias no país eu precisaria me registrar, se não teria problemas. Havia lido que a antiga disputa com a Armênia pelo Nagorno-Karabakh tinha se reacendido, causando algumas mortes na fronteira. Não sei se esta instabilidade política os deixou mais cuidadosos, se são sempre assim, ou se tive azar mesmo.

Troquei um pouco de dinheiro para ter a moeda local, o Manat Azeri comigo (moeda forte, próxima do Euro). Para desespero dos taxistas, neguei todas as propostas que iniciaram por 20 Manat e caíram para 10 quando eu já caminhava pelo estacionamento do aeroporto. Não muito longe a parada de ônibus, que custa 0,30 centavos até a estação do metro. Os passageiros riam da tentativa dos taxistas e uns discretamente acenavam para eu embarcar no ônibus. Lá dentro queriam me dar lugar para sentar e até pagar minha passagem. Como não tinha troco, sugeri pagar para mais duas pessoas que estavam conversando comigo, mas quando o cobrador chegou, só me avisou que alguém já tinha acertado a minha passagem. Não demorou tanto assim para chegar no metro, mas deu tempo de conversar bastante, tanto com pessoas que falavam inglês, quanto com outras que pediam para eles traduzirem tudo. Bastante curiosos e simpáticos.

Meu novo amigo me acompanhou até o metro. Ia em outra direção mas fez questão em me levar até a plataforma que me levaria até a cidade velha. Os metros são bem no estilo soviéticos, em tuneis muitos profundos.

Chegando no centro, logo fui para a cidade mudara, caminhando pelas ruas estreitas buscando o lugar que iria ficar. Tinha reservado pelo AirB&B, achando que era em um apartamento, mas era um apartamento transformado em hostel mesmo. Bem localizado, mas sem nenhuma placa, pois não deve ter licença. Subi e desci as escadas até achar o lugar. Chegando encontrei meu amigo Marcelo, que viajaria comigo daqui em diante (ele foi comigo para o Haiti ano passado).

É fácil de perceber que Baku, a cidade dos ventos, é a capital de  um grande exportador de petróleo. Ao redor da cidade velha, muitos prédios e construções novas. É possível perceber a rápida mudança que vem acontecendo. Na praça da fonte, uma ou outra construção antiga, já perto de um Mc Donaldes bem movimentado. Um calçadão, Nizami Kuç, cheio de lojas e pessoas. Claro que é uma região moderna da cidade, mas vi pelo menos 50 mulheres com o ombro de fora para cada uma com a cabeça coberta. Difícil saber se é uma herança do comunismo ou culpa do capitalismo-modernismo. Um pouco mais para frente, no Heydar Park, calçadões que brilhavam de tão limpos. Fontes que a noite são todas iluminadas e coloridas e passagens subterrâneas pelas ruas todas com escadas rolantes e comercio padronizado. Um pouco arrumado de mais para meu gosto. Algumas crianças jogando bola eram a única coisa que dava um pingo de vida para o lugar. Do outro lado da cidade velha, na beira do mar Cáspio, um moderno calçadão, também impecavelmente limpo. Trabalhadores terminando novos edifícios e um novo e moderno estádio a vista. As três torres (Flame Towers) se destacam na cidade. Poderia ser um grande contraste com a cidade velha, mas na verdade é fácil de perceber que ela não é tão velha assim. Está quase toda reformada. Podem me chamar de implicante, mas também está um pouco arrumada demais para meus padrões.

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Construções novas

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Praças impecáveis

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Novo e Antigo

É bacana se perder nas ruelas da cidade vela. Ao acaso ainda é possível ver algumas cenas do dia a dia, pois existem famílias que ainda moram lá. Outras construções já se transformaram em hotéis, restaurantes e lojas. Um ou outro lugar que ainda não foi reconstruído, trabalhadores se esforçam para terminar a reforma. Apesar das minhas críticas, existem lugares bonitos e interessantes. Alguns minaretes, o palácio Shirvanshah, a antiga praça do mercado, caravançarais, a torre Qiz Kalasi (Maiden Tower, com 30 metros de altura), sem contar a própria muralha e portões. O lugar é pequeno dá para conhecer rapidamente e ainda insistir um pouco buscando por alguma novidade.

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Flame Towers ao fundo da Cidade Velha

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Maiden Tower

Saindo das áreas mais centrais da cidade, uma serie de novas construções além de diversos prédios modernos prontos e vazios. Me lembrou um pouco uma mini versão do que vi em Ashgabat, Turcomenistão. Não muito longe, casas que não lembram em nada a quantidade de petróleo que o país tem. A desigualdade social é gritante, água de esgoto correndo entre as casas. Quem se foca só em uma das duas regiões vai ter uma opinião completamente unilateral de Baku.

Apesar do calor beirando o insuportável, encaramos uma curta viagem até Qobustan, uns 60 km ao sul. Congestionamento inicial ( e absurdo!) vencido, logo  percebemos um clima semi-desértico. Acompanhando o visual haviam praias com grandes hotéis, extração de petróleo e muita areia. Nesta região estão construindo o Khazar Island, ilha artificial cheio de atrações para quem gosta do estilo “Faz de conta”. Não muito tempo depois chagarmos no sitio arqueológico da idade de bronze. Diversas cavernas nas colinas com desenhos de milhares de anos. A região desértica da um clima para o lugar, com uma grande vista para o Mar Cáspio. Um museu muito bem montado, mas que tão deve atrair a atenção de quem não se interessa pelo assunto. Algumas atrações tentam se estabelecer como rota turística, a ali ao lado se pode visitar os “Vulcões de lama”. Pequenos orifícios borbulham e jogam lama de tempos em tempos. Ok, qual a próxima atração? Na tentativa de segurar o turista, criam roteiros. Na minha opinião nada mais são que “armadilhas para turista”. Nossa próxima parada Yanar Dag, já bem mais próximo a Baku (Suraxani) também decepcionou. A “Montanha de fogo” é um corte, como se fosse um barranco, de onde sai um gás que fica queimando. Tipo do lugar que a Bibi me mataria se a levasse para conhecer. Eu normalmente vou conferir, pelo menos para ver como é, mas quase perdi a paciência. Um casal de russos estava dividindo o carro com a gente, e a russa passou mal. Decidimos não ir no templo do Zoroastrismo Atesgah, que parecia bem interessante. De qualquer modo já fui em alguns templos de Zoroastrismo do Irã – alem de já estar meio  irritado, então acabei nem me importando muito.

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Vulcões de lama

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Museu bem montado

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Petróleo

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“Grande atração”

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Mesquita Bibi Heybat – Construída nos anos 90 – cópia da antiga mesquita seculo 13

Normalmente eu quero voltar para os lugares que viajo. Neste caso considero a cidade como vista. Vale a pena? Sim, para passar uns dias, ponto. Talvez eu tenha sido injusto com o Azerbaijão. Como o foco desta viagem eram os “Países que não existem”, não explorei outras regiões do país, pelo pouco tempo que tinha. Fora das capitais e grandes cidades que a cultura e tradição se apresenta de maneira mais marcante. Se eu tivesse viajado para a cidadezinha de Sheki, no norte do Azerbaijão, ido para Xinaliq nas montanhas ou conhecido Quba Rayon (Krasnava Sloboda), quem sabe eu não estaria apaixonado pelo lugar. Se por um lado nunca é possível  ver tudo, por outro sempre é bom ter uma desculpa para voltar

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Estação de trem

Pude me contentar com um pouquinho mais de Azerbaijão, que eu vi pela janela do trem, na lenta viagem até a Geórgia. Interagi como pude com outros passageiros e discuti sobre o eterno conflito de Nagorno-Karabakh. O garoto que estava na minha cabine com sua mãe e irmã, resolveu se aproximar no final da viagem. Venceu a timidez e se esforçando para falar inglês me mostrou fotos das suas aulas de dança latina. “Salsa, Rumblo, Tchatchacha” dizia ele empolgado. As perguntas sobre por que minha mulher não estava viajando comigo e qual o motivo de não termos filhos, acabaram não sendo respondidas. Tudo bem, também fiquei sem saber porque um azeri de 13 anos faria aulas de danças latinas…

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Adeus Lenin!

Com tanta historia antiga, um fato da história mais recente acabou ficando em segundo plano nesta viagem pela Asia Central: talvez o Cazaquistão seja o melhor lugar para tratar deste assunto. Primeiro porque a rota da seda passou só por um pequeno pedaço ao sul do país, e segundo porque ele era como um irmãozinho da Russia, ou talvez um empregado bem obediente.

O Cazaquistão e imenso, o nono maior pais do mundo. Com um território tão grande, era fácil para a URSS esconder varias coisas. Prisioneiros políticos foram mandados aos montes para cá. Os lançamentos espaciais eram feitos daqui (o primeiro homem que foi ao espaço saiu da Cazaquistão!). Testes nucleares foram feitos aqui também  Centenas deles. Muitos subterrâneos  mas uma porção a céu aberto. O Cazaquistão era uma extensão da Russia, é fácil de associar o pais a URSS até hoje, mas não por muito tempo…

A fronteira para o Cazaquistão não fica muito longe de Tashkent. Parecia que a viagem ate Shymkente seria rápida e sem problemas, mas não foi bem assim. Sair do Uzbequistão foi relativamente tranquilo, apesar da revista nas malas. Para chegar perto da imigração do Cazaquistao, tinha um amontoado de gente, que nem de longe lembrava uma fila. Um cara que depois vimos ser amigo dos guardas (ou ate um guarda de folga) nos ofereceu para furar fila se pegássemos um táxi com ele. O valor era alto, e sempre acho meio suspeitas estas situações  Fomos pelo processo normal e foi demorado. Depois de um tempo nos liberaram para outra fila, para efetivamente entrar no prédio  Outra fila la dentro, e depois de mais espera, já com os formulários na mão  a Bibi teve seu passaporte carimbado. Eu nao tive a mesma sorte. O oficial olhava meu passaporte contra a luz, tentava descolar o plastico, saia, voltava, e assim ia ganhando tempo. Ta certo que o passaporte antigo brasileiro ‘e bem tosco (e o meu ainda foi emitido na Malásia , mas tava na cara que ele queria uns trocados. Mas ele não sabia com quem estava lidando. Me enrolou uns 40 minutos, questionou sobre as datas, do porque do meu passaporte não ter chip, e com ajuda de uma mulher que estava na fila que traduzia tudo para mim, fui respondendo. O pessoal da fila ja estava enfurecido, e sendo distribuídos para os outros guichês  A Bibi voltou para ver o que tinha acontecido, e quase barraram ela. Venci pelo cansaço e depois de um bom tempo nos liberaram. Pegamos transporte junto com a nossa amiga-tradutora, e fomos ate Shymkent, onde passamos num caixa eletrônico  coisa que não fazíamos desde a Turquia. Já havíamos combinado que não ficaríamos na cidade (pois teríamos que voltar de qualquer forma) e que seguiríamos viagem para o Turkistan. Uma estrada reta, onde as montanhas foram desaparecendo, e a paisagem ficou plana e desértica  ate com camelos ao lado da estrada.

Nosso hotel tinha vista para o belo mausoléu do Kozha Yasaui (lugar mais sagrado do Cazaquistão , além de outras edificações imponentes. Assim como grande parte de Samarkand, aqui estas construções também foram erguidas a pedido do Timur. Yasaui foi um dos maiores de todos os Sufis. Responsável pela aceitação do Islamismo na Asia central, e com seguidores em toda a região inclusive o famoso sufi Molavi.

Arranjamos um cafe onde repetimos praticamente todas as refeições  fizemos um amigo na rua que nos acompanhou nas visitas e conversamos bastante, e encontramos uma pessoa que explicou tudo sobre o lugar, da parte religiosa à histórica  o que fez com que entendêssemos muito melhor sobre o que aconteceu ali.

Já conhecíamos o caminho de volta para Shymkent, e la fomos para um hotel bem atípico  Ficava dentro de um shopping (meio galeria, mas bom). Como se tivesse um hotel dentro do shopping Batel em Curitiba. Comemos num delicioso restaurante turco e demos uma volta pela cidade.

Na manha seguinte sedo fomos no escritório de imigração  Todo estrangeiro tem que se registrar antes de completar 5 dias que chegou no pais. O oficial alegava que eu tinha que me registrar em Almaty, pois a empresa da carta convite era de la. Depois de muita insistência falou que o meu hotel poderia fazer o registro. No hotel falaram que não podiam fazer o registro, mas que dariam uma carta falando que estávamos lá. Logo apareceu uma pessoa se oferecendo para fazer por algumas dezenas de dólares (claro que ele tinha esquema com a imigração . Não desisti e encarei a burocracia e corrupção  e no final acabei vencendo!! Eba, comemoramos gastando o dinheiro em outras coisas. Shymkente ‘e uma cidade bem agradável, e gostamos da estadia.

Pegamos ônibus errado, depois ônibus certo (vcs acham que e fácil ler em russo ou cazak no alfabeto cyrilico?!), e fomos ate Sayram, pequena cidade da época da Rota da Seda que ficava ha poucos km dali, e onde nasceu o Yasaui. Não sobrou muito da cidade antiga, além de um ou outro monumento. Caminhamos um pouco, vimos a devoção no mausoléu da mãe do Yasaui e na mesquita principal, pois era sexta-feira. No final das contas, valeu mais a parada para tomar chá e bater um papo com uns tiozinhos dali, comprar umas frutas e se divertir nas Marshutka (minibus local).

Em Shymkent ja garantimos nosso lugar comprando a passagem de trem para Almaty, que prometia ser a cidade moderna do Cazakistao, para alguns dias depois, e nesse meio tempo fomos ate a cidade de Lenger, onde havia o belíssimo Parque Nacional Sayram-Ugan nas montanhas. Sabíamos o nome de uma pessoa que trabalhava em um cafe, que organizava as visitas e hospedagens por la. Chegando no cafe, o tal Alikhan não estava, e ninguém sabia se iria voltar. Pior, ninguém nem sabia do tal parque, e falavam que era em outra cidade. Detalhe que para se comunicar tivemos até que desenhar!! Depois de um bom tempo de espera e sem outra opção  decidimos tentar encontrar uma solução fora dali. Caminhamos e tentamos pegar informação com alguns locais que estavam em frente a um mercado. A pessoa que procurávamos parecia ser conhecida (a cidade é bem pequena), e gentilmente nos colocaram dentro do carro e foram procurar onde ficava a casa dele. Passamos numa casa, em outra, ligavam, e depois de um tempão chegamos ate a casa do Alikhan. Oferecemos para pagar o combustível  mas eles não aceitaram, queria ajudar só ajudar. A pessoa que procurávamos não estava, mas a filha dele sim. Ela cozinhou para nos, e esperamos a tarde inteira ate ele chegar. Estávamos a pouco tempo no Cavaquista, mas pelas experiencias que vinhamos tendo, os Kazaks eram o povo mais simpático dentre os “stãos”.

Finalmente o Alikhan chegou, e pudemos organizar nossa visita. Primeiro dormimos numa casa/fazenda de uma família  bem perto do parque, onde tivemos a possibilidade de experimentar leite de égua pela primeira vez. Não era o leite puro e sim o fermentado, que todos aqui dizem conter um pouco de álcool. O gosto era no minimo esquisito! Eles adoram leite de égua, e preferem ao de vaca.

Dia seguimos ate o parque, onde dormimos em um Yurt, aquelas barracas redondas dos mongóis  e que passaram a ser utilizadas em toda Asia Central. O lugar era muito bonito, um vale, cheio de cavalos e carneiros, com um riozinho de desgelo passando ao lado, e as montanhas ao fundo. Fizemos varias caminhadas, algumas por pastos que pareciam um tapete de flores. A Bibi encarou ate um banho gelado de rio. Longe da eletricidade, o céu era totalmente estrelado, e o topo do Yurt era aberto. Mesmo a temperatura caindo a noite, dentro continuava quente.

A volta de Lenger para Shymkent foi corrida, e fomos direto para a estacão de trem. Compramos uns mantimentos, e ao entra no vagão descobrimos que estávamos na saída de emergência  e as janelas não abriam. Nosso vagão também não tinha ar-condicionado. Eu adoro trens, mas não estávamos tendo sorte ultimamente. Não preciso nem falar que estava um calor infernal, e que só molhando a toalha para poder dormir. Estávamos num vagão sem cabine, e a interação era mais fácil  Varias famílias russas-kazaks, e nos comunicamos como pudemos. Pela manha mal deu tempo de comprar uns quilos de maca verde numa das paradas e jã estávamos chegando a Almaty, antiga capital (recentemente mudou para Astana, uma cidade projetada, meio “Dubai”), e cento econômico do país.

Almaty e uma cidade bem moderna para os padrões da Asia Central. Chegam a dizer que parece europeia, mas so se for do leste europeu. E uma cidade bem soviética  toda arborizada, com aqueles prédios em forma de bloco, tudo com as montanhas nevadas ao fundo. Por outro lado, tem bares, cafés descolados, e bastante balada. Carros modernos e caros contrastam com os onibus caindo aos pedaços, e os trens urbanos também. Caminhamos pela parte moderna, pela Igreja Ortodoxa, prédios do governo, teatros, parques e também comemos muito bem.

A pedido da Bibi fomos num restaurante italiano bem recomendado. Era daqueles caros (Almaty ‘e uma cidade cara), mas que se tomar cuidado com os “extras” se encaixa no budget da viagem. Só uma salada e pão para acompanhar o prato principal, sem sobremesa nem cafezinho. Quando o garçom abriu a garrafa de água rosqueando a tampa vi que estaria em problemas. Só a água custou 8,5 dólares!!! Teríamos que comer bastante shashlik e plov para compensar!hahah

Passamos horas nos cafés olhando o pessoal moderninho chegar com seus carros novos. Ate ensaiamos de pegar uma balada, mas nao era o dia certo e acabamos num barzinho. No cardápio cervejas com ate 15% de álcool e aperitivos que iam desde batata frita ate carne de cavalo.

As estatuas do Lenin tinham sido mudadas de lugar, mas ainda estavam por ali. Ruas como Kommunistichesky, Lenina, Karl Marx mudaram de nome, os estranhos e feios prédios blocos soviéticos ainda estão presentes, mas provavelmente não por muito tempo. Tudo parece mesmo fazer parte do passado. O Cazaquistão com suas imensas reservas de petróleo parece estar gostando bastante de um dinheirinho, do consumo. Tanto o governo como a população  Qual o futuro dos Kazaks que até pouco tempo atras eram nômades?  Não sei, só sei que Adeus Lenin!

Tchau!

O primo rico

O Omã era muito poderoso, muitas das batalhas que houveram na Africa dos Árabes com os Portugueses eram eles. O Sultão dominava ate Zanzibar, e foram muito ativos no trafego de escravos. Hoje e um pais muito rico, devido ao petróleo e ao gás. O Omã e um Sultanato, e o Sultão manda em tudo. Apesar de grandes riquezas, não existe uma divisão de dinheiro com a população, que os deixa descontentes (Outros países pagam “mesadas”para seus cidadãos).

Ainda no Iêmen, voamos da Ilha Socotra para Mukalla. O aeroporto e bem afastado da cidade, e pistas modernas mostravam que nada de muito antigo por aqui. A cidade e cortada por um canal, e tem um morro bem no meio. Totalmente diferente de Sanaa, desde o clima, que e bem mais quente, ate todo o estilo, que e mais moderno. Fomos direto numa cia de ônibus, para comprar a passagem para o dia seguinte. Chegamos la e só tinha três ônibus por semana. Não tínhamos tempo para esperar. tinha um ônibus que ia ate outra cidade, a poucas horas da fronteira que saia naquela noite. Parecia perfeito, mas só tinha um lugar e não estavam aceitando nossa autorização da policia de Sanaa, tinha que ter carimbo da policia de Mukalla. Segundo eles, só abriria as 8 da manha do dia seguinte. Falaram de outra cia e fomos tentar. Tinha lugar, e comentaram que a policia tinha um plantão 24 hs. Fomos la e rapidinho conseguimos a autorização. Deu tempo para tomar um sorvete em uma sorveteria dividida em área para homens, mulheres e famílias. Notei que todos os lugares que estávamos indo eram só para homem, por isto não tinha divisão. Estrada muito boa, beirando a costa. Viajamos a noite toda e de manha chegamos em Al-Gaydah (nome sugestivo). Uma batalha para se fazer entender. Parecia que não tinha transporte ate a fronteira, e não tínhamos como contratar um só para nos. Fomos ate um hotel, para tomar um cafe e encontrar alguém que falasse inglês. Conversa com um, com outro e descobrimos uma van de Sauditas que sairia dali a pouco. A van chegou, cheia de pessoas vestidas com trajes típicos, parecia que seria tenso. Não demorou 5 min e tava todo mundo cantando, batendo palmas, super divertido. Já a algum tempo tinha deixado de ser plano e passávamos por montanhas e tuneis, mas agora viajávamos na beira do desfiladeiro, e não tinha como não comparar com a paisagem da Califórnia 1. Asfalto perfeito, e placas indicando lugares para banho, crianças, tartarugas, mergulho. Muuito estranho. No meio do nada, lugar que nunca recebe ninguém, nem locais, mas a estrutura ta pronta. Visual muito bonito ate a fronteira. Chegando no pequeno posto de imigração, peguei meu visto mas queriam que eu pagasse com a moeda local. Comentei que não tinha nem entrado no pais, mas que tinha USD. Ele aceitou mas não tinha troco. O motorista acabou pagando e acertei com ele depois.

Mukalla

Mukalla

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Vista da estrada

Em Omã a paisagem de montanhas continuava, agora ate mais altas, chegando ate a ter alguma vegetação. Perto de 3 hs depois estávamos passando pelas famosas praias de Salalah. Esta região fica cheia na época das monções. A região fica mais fria, verde nas montanhas, e um verdadeiro oásis. Os Sauditas vem aos montes, assim como o pessoal da capital, Muscat. Salalah e estranha, espalhada, com construções e quadras desorganizadas. Foi nosso primeiro contato com Omã, e deu para ver que os preços eram estilo europeus, se não mais caros. Um Rial vale 2,5 USD. Para poder circular dinheiro de menos valor, não dividem o Rial em centavos, e sim em Mil!! Tivemos boa parte da manha e toda a tarde para conhecer o lugar, mas como não era época de monções, decidimos pegar um ônibus já no dia seguinte para Muscat. Jardins, postes, praças, monumentos e imponentes Mesquitas mostravam que o dinheiro tava sobrando por aqui…

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Salalah

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Mesquita em Salalah

A Viagem ate Muscat, depois que se afasta de Salalah, e monótona, deserto de areia dos dois lados, KM e mais KM sem alterar. Deu para adiantar bastante o novo livro que estou lendo, What is the What (historia da trajetória de um refugiado do Sudão ate o Exílio na Etiópia, Quênia e EUA). Um bom tempo depois, já perto de Muscat, iniciavam as autopistas, cheias de anéis rodoviários, tudo com velocidade de 120 km/h permitida, mesmo perto da cidade. Jardins, praças, e tudo mais instalados e sendo implementados. Logo apareceram Mc, Pizza Hut, papa Jones, Hardees, Star B, Subway Burger K, e tudo mais que tinha direito. Passamos ao lado da grande mesquita, onde esta o maior tapete sem emendas do mundo (adoro estas manias de grandeza…hehe). Chegamos no centrão, parte comercial. Tudo novo, não ocidental, mas sem estilo. Vimos que nenhumas das solicitações de couchsurfing tinham sido atendidas., então saímos em busca de hotéis. Não foi fácil, mesmo os mais simples (que aqui tem ate ar condicionado) estavam fora do nosso orçamento. Um pouco mais afastado achamos um que poderia ser uma opção, mas decidimos comer algo e checar o Couchsurfing de novo. Estávamos sentados na rua e acabamos conversando com um Paquistanês (ta cheio de indiano, paquistanês e filipino) que deu dica de 3 hotéis baratos perto da marina. Fomos para la e os hotéis não eram mais barato que o que tínhamos achado, mas a região bem mais simpática, entre morros com fortes antigos, e perto do mercado tradicional de Muscat. Tudo reformado, com cara de novo e iluminação colorida. Muito artificial para o meu gosto, faltava um pouco de vida, mas tinha que reconhecer que a região era muuito melhor para ficar.

Disfarcado...hehe

Dia seguinte cedo fui fazer a barba, que não cortava desde Nairóbi. Enquanto isto o Guru entrou em contato com um Couchsurfer que foi nos buscar e nos levou para cima e para baixo. Conhecemos o que restou da cidade velha, um dos palácios do Sultão, algumas praias e fomos almoçar num restaurante indiano. Ele e indiano mas mora aqui já faz mais de 15 anos. Fomos ate a casa do Suresh para conhecer a família e ficamos conversando um tempo. Ele tem uma boa condição de vida e viaja com bastante frequência, tinha se cadastrado no CS uma semana atras. Fomos para uma praia mais Up Market e paramos no Star B. caffe. Tinha perguntado sobre vilas de pescadores, algum lugar charmoso. Ele me levou numa “vila” onde 90% das casas são novas, com bons carros na garagem. Ser pescador aqui e fácil… Teve um ciclone a alguns anos atras e o governo construiu novas casas para todos os afetados, e não e coab não!! Ainda visitamos o mercado tradicional, que fora na época do final do Ramadan, e bem pra turista, e tomamos um suco no calcadão.

Noite em Muscat

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Roupas de Praia

Parece que ele gostou de ajudar agente, e arrumou um funcionário para nos buscar cedo para nos levar ate a área das embaixadas, pois o Guru tinha que buscar uns vistos. Neste meio tempo outro CS respondeu nossa mensagem e combinamos de nos encontrar. Desta vez era um Omani mesmo, que veio no seu mais tradicional traje tipico. Começamos a conversar e ele adorou nossas historias, na verdade nos achou uns malucos. Ligou para outro amigo dele, bem gente boa, que viaja bastante. Acabamos fazendo outro tour com eles, visitando nascentes de água quente que são canalizadas para banhos públicos, comendo o nosso “espetinho de gato” que e comida tipica por aqui, indo nos bares com musica onde os árabes enchem a cara sem ninguém reclamar, alem de monumentos e outras atrações mais previsíveis. Os dois são umas figuras, e tao fazendo aula de Salsa, só pra interagir com a mulherada. Haha Não adianta, no mundo inteiro e a mesma coisa, as mulheres vão dançar porque gostam e os homens por causa delas…

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Mais CSfers

Neste meio tempo passei num escritório da Emirates, para comprar passagem para Malasia, via Dubai, desta forma pegaria o mesmo voo que a Bibi. Eles comentaram que se a espera para conexão fosse maior que 8 horas, eu teria direito a transporte, refeição, hotel e eles providenciariam o visto. Que beleza. Na verdade nunca tive interesse em conhecer Dubai, mas “de graça ate ônibus errado…”

Minhas pesquisas na internet apontavam preços mais baixos que na “loja”. Ao questionar porque, falaram que deveria ser pela taxa de administração, e que na internet eles sempre tinham promoções. O preço estava bom, e comprei pela net. Chegaria em Dubai as 5:50 da manha e o voo para Malasia seria as 3:10 da madruga do dia seguinte. Fui num voo vazio para Dubai. Nem me preocupei quando não tinham o tal Voucher no chek in, pois falaram que tinha um guichê especifico la na chegada.

O tempo parou?

Como tudo conspirava para não pegarmos o barco não o pegamos. As noticias mostravam que os protestos pela separação do sul do Iêmen se intensificavam com a proximidade do dia da independência (antes eram 2 países  que se unificaram em 1990). Chegou a ter ate alguns atos de violência  O tempo mudou bruscamente, e chegou a chover um pouco, mas o grande problema era o vento. Passar 14 hs num barco com mais de 300 vacas com tempo ruim não parecia muito agradável  isto se o barco saísse.  Não podíamos esperar mais, tínhamos que acabar com o “Groundhog Day” (filme dia da marmota, onde todo dia acontece a mesma coisa), então pegamos um avião de Djibuti para Sanaa.

Desde a primeira vez que tinha visto uma foto da Old Sanaa, sabia que um dia iria para la. De repente estava eu chegando na capital do Iêmen. Sobrevoando me pareceu bem mais moderna que esperava,  afinal se trata do mais pobre dos países árabes. No aeroporto já tivemos o primeiro choque cultural, quando vimos que todos usavam seus turbantes e grandes facas na cintura. Por outro lado, no estacionamento tinham bons carros, e uma impecável avenida de 4 pistas que nos levou ate a parte velha da cidade. Saímos da pista que havia ficado abaixo do nível da cidade para entrar num dos acessos da cidade velha. Fomos andando por ruas estreitas ate que o taxista falou que o carro não passava mais. Fomos a pé, andando entre aquelas construções  com uma meia luz, muito show. Fomos num hotel indicado mas resolvemos olhar outros ao lado. Os preços não eram dos melhores, mas como já era tarde resolvemos ficar num deles. Hotel antigo, numa construção antiquérrima, mas cheia de estilo. Portas de um metro e meio e pé direito do quarto de uns três metros e meio. Vitrais em todos os quartos. Muito bacana.

Predio em Old Sanaa

Dia seguinte tomamos café cedo e partimos para explorar Old Sanaa. Muito bom andar sem destino, só seguindo pelas ruelas. As construções a primeira vista parecem todas iguais, o que torna fácil de se perder. Que bom! E a melhor forma de conhecer um lugar. Tínhamos combinado de fazer o check out as duas, então voltamos correndo para o hotel, pegamos nossas mochilas, e caminhamos ate Tahrir, no inicio da cidade nova. Aqui, diferente da maioria dos lugares, a parte nova da cidade e mais barata. Não demoramos para achar um hotel bacana muito barato. Fomos na região das embaixadas pois o Guru precisa de visto para entrar em Omã, nosso provável próximo destino. Brasileiros só carimbam na fronteira, mas foi bom para confirmar a informação  Legal passear na parte mais nova da cidade. Mesmo não sendo a minha preferida, faz parte da cultura local. Mesmo os táxis sendo muito baratos, resolvemos pegar micro-ônibus  só pela diversão.  Teríamos que fazer conexão e tudo, e ninguém falava inglês  muito menos nos falávamos árabe. Foi muito divertido! Legal de ver a hospitalidade das pessoas. Mesmo sem falar uma palavra em inglês vinham nos ajudar, se empenhavam. Nossa ideia rendeu boas risadas, tanto nossas quanto deles. Voltamos para a parte velha da cidade para curtir o final de tarde na região de um grande mercado. Muito show!

Detalhes

Nosso primeiro dia foi tao corrido que nem deu tempo de ir na policia nos registrar. Então no outro dia foi a primeira coisa que fizemos. Só o visto não adianta, tem que ir la, deixar copias do passaporte e visto, alem do endereço do hotel. Burocrático mais simples. Voltamos para as embaixadas e o Guro conseguiu convencer em receber o visto na hora e não em 2 semanas como estava propondo. Na embaixada do Iram foram muito atenciosos. Ele solicitou visto aqui e vai retirar em Muscat, capital de Omã. Brasileiro novamente não precisa.

Traje tipico

Devido a não frequência de ônibus e burocracia da policia, resolvemos alugar um carro com motorista para conhecer os arredores de Sanaa. Para isto visitamos varias agencias e negociamos bastante. Acabamos acertando com a agencia recomendada pelo embaixador do Brasil na Etiópia  que entendeu nosso “estilo” de viagem e nos deu vários descontos. No topo do hotel que ficava a agencia tinha um terraço com uma super vista. Tomamos um cafe e ficamos curtindo as chamadas das mesquitas que parecia uma sinfonia. Andamos para o outro lado da Old Sanaa até o portão principal. Subimos num local e ficamos vendo a movimentação do pessoal, alem das rodas de pessoas mascando Khat. Todos se vestem igual aqui. “Saia”, que e uma canga, lenço/turbante e cinto com faca. Para ver se alguém e mais rico não se olha a roupa, joias e sim o estilo da faca. Poucos usam o que chamaríamos de roupas ocidentais. Quando não estão com as roupas típicas estão usando ternos de veludo. Muito estilosos. Outro final de tarde gostoso e beem devagar.

Vista geral de Sanaa

Já tínhamos rodado bastante Sanaa e era hora de conhecer seus arredores. Fomos com nosso motorista ate um palácio que fica a uns 40 km do centro de Sanaa. Ele fica em cima de uma pedra. Bonito de se ver e com uma super vista la de cima. Passamos por diversas vilas, Thulla, Hababah eKawkaban, de onde andamos montanha abaixo ate Shiban. Todas com suas construções antigas, suas cisternas e historias. Em muitas delas existiam os bairros judeus, e as estrelas de Davi ainda estão nos vitrais e portas ate hoje. Os judeus do Iêmen também foram retirados numa super operação de Israel, chamada ” Operação tapete Magico”, e foram levados até a terra prometida. Algumas famílias judias ainda vivem em Sanaa.

Palacio

Sanaa e uma das cidades mais antigas do mundo, com povoamento constante. Dizem que foi construída por um dos filhos de Noé, logo apos o diluvio. Toda esta região foi parte do império de Axum da Etiópia, antes de serem conquistados pelos Árabes Muçulmanos.

Nosso voo para Socotra estava lotado e teríamos que esperar mais alguns dias por aqui. Fomos tentar pegar informação sobre os ônibus para Omã, mas a comunicação foi impossível. Sempre falavam que não tinham ônibus, indicavam outro lugar mas nunca dava certo. Frustrados fomos encontrar com o ED, jornalista canadense que mora aqui, que conhecemos no Couchsurfing. Batemos um papo e fomos ate o apartamento que ele divide com outros jornalistas. Ficamos no terraço  com Aquela vista de Sanaa, conversando sobre o pais e viagens. Ele e recém formado em Fotojornalismo, e morou os últimos 4 anos em diferentes países do oriente médio  Muito bom o bate papo, e pudemos ter um pouco mais de informações  pois a  dificuldade da língua estava nos privando disto. Ate então todas as informações que tínhamos era de pessoas ligadas ao turismo.

Fomos ate a policia pegar autorização para viajar por terra para Omã. Tudo com data certa e devidas copias que ficam nos controles ao longo da estrada. Fomos ate a agencia acertar mais um passeio, pois conseguimos marcar o voo só mais para frente.

Desta vez fomos para sudoeste de Sanaa, uns 100 km de viagem, passando pelas Montanhas Haraza ate chegar em Al-Hutyaib, Al-Hajarah e a fantástica Manakaha. Cidadezinhas paradas no tempo, penduradas nas montanhas. Em todas estas cidades encontrávamos alguém que falava inglês, e ficávamos conversando durante as caminhadas.

O tempo parou por aqui!!Mais de 3000 anos de ocupacao continua...

Que lugar!!

Toda a burocracia policial tem um porque. Tirando o sul que tenta uma independência de forma civilizada, existem 2 áreas de conflitos no Iêmen. Ao norte, perto da Arabia Saudita, na região de Sadah, existe uma guerra, entre o governo e grupos radicais islâmicos  Não se pode nem sair de Sanaa na estrada que leva a este local. Diariamente víamos aviões de guerra saindo de Sanna. Dificil saber o que acontece, pois reportes também são proibidos naquela região  mas provavelmente o governo esta bombardeando os extremistas, que tem apoio de outros países islâmicos  Já nas Montanhas Hadramout, rebeldes ligados a Al Qaeda tem feito guerrilha, e o governo tem dificuldade de controlar. São locais muito longe de onde vou passar, por isto não se preocupem. Turistas desavisados ou imprudentes foram vitimas destas guerrilhas. Poucos meses atras houve sequestro seguido de mortes de turistas alemães  Estes grupos radicais são contra o “ocidente’, por isto tem turistas como alvo, alem da mídia que atraem. O Iêmen teve um grande numero de participantes nos atentados de 11 de setembro.

Iêmen é um pais pobre, com um povo super tradicional e hospitaleiro. Existe uma previsão de terminar a água potável da região em poucos anos, o que causa um desespero geral na nação  O pouco petróleo que ainda resta também está no fim. Pena um país tão interessante culturalmente e bonito naturalmente, ser tão instável.