Despedida

Ok, tinhamos que voltar para Tana. Uma esticada de um dia inteiro de viagem. Chegariamos tarde, mesmo se acordassemos cedo. Tinha que pegar barco, passar no caixa automatico para sacar dinheiro e percorrer a bela estrada novamente. O dia voou, nem sentimos que estavamos viajando tanto, porem so ate escurecer. Depois, sem poder ver a paisagem, so dormindo, o que era impossivel com tantas curvas.

Nos sentimos em casa

Nos sentimos em casa

 

Barco

Barco

 

Menina na escada

Menina na escada

 

Canion

Canion

 

Criancada

Criancada

 

Madagascar rural

Madagascar rural

 

Madagascar Urbano

Madagascar Urbano

 

Pela janela

Pela janela

 Resumindo a historia, como fizemos as devidas paradas para as refeicoes, e nos enrolamos para sair, chegamos em Tana so as 4 da manha. Depois de tanto viajar resolvemos ficar em outro hotel, mas procurar a esta hora era loucura. Fomos num que eu tinha visto, mas era so um pouco melhor e muito mais caro. Resolvemos arriscar um com cara de caro, que de fora  nao parecia nada de mais. Entramos e na hora vimos que este era nosso descanso merecido. Hotel boutique, todo descolado, com decoracao asiatica, e para nossa sorte tudo na metade do preco!!! Quase nao acreditamos, e ao ficar mais uma noite, vimos que cobraram so uma diaria, pois segundo eles tinhamos chegado cedo…

Aproveitamos para conhecer Tana melhor. Tem uma regiao cheia de joalherias, e nao muito longe ficam as galerias de arte, cafes, e lojas que fizeram a Bibi querer comprar tudo. Ha, tinham bolangeries bacanas onde dava para tomar um café e um sorvete. De noite rolou um jantar de despedida com a tchurma, e tava muito legal.

Mas nao tinhamos visto os Indri ainda, o maior dos Lemurs, entao outro dia cedo fomos para o parque de Antasibe ao leste de Tana. Fica na floresta tropical, e logo dava para ver porque em ingles chamam Rain Forest. O tempo ficou meio fechado, chuviscando, e apesar de nao ser tao longe de Tana, demorou para chegar de tantas curvas e sobe e desce.

Na entrada do parque tomamos café da manha, e ja vimos uns lemurs ali mesmo, praticamente fora do parque. Iniciamos a caminhada por uma trilha que estava molhada e escorregadia. Logo avisaram nosso guia onde estava uma familia de Lemur, e fomos direto ao encontro deles. Ja estavamos satisfeitos com tantos lemurs que haviamos visto, e ainda por cima tao de perto, mas os Indri nos surpreenderam. Sao grandes (quase um metro) e sem cauda. Estes sim parecem nossos primos. Eles dao uns pulos muito longe de uma arvore para outra. Muito legal, ficamos um bom tempo com eles, e tambem pudemos observar de perto. Valeu muito a pena ter vindo!!

Indri

Indri

 

Casal

Casal

 Resolvemos passer os ultimos dias ainda mais ao leste, em Ankanin Nofi, que faz parte de uma serie de canais que segue paralelamente ao mar. Era o destino ideal para quem buscava tranquilidade, e ainda mais a Bibi que estaria voltando para o Brasil enquanto eu seguiria viagem. Para chegar em Manambato, onde pegariamos um barco para o hotel, tivemos que percorrer a parte final do trajeto em estrada de terra. Chegando la tivemos problemas em conseguir um barco e lugar num hotel. Descobrimos que tudo nesta regiao funciona com pacotes. Tivemos que dormir nesta praia mesmo, para so ir no dia seguinte. Na outra manha o tempo tava ruim, e pensamos ate em voltar para Tana. Nao deu certo, pois o barco depois de ter atrasado, chegou. Ja que tinhamos que ir, resolvemos almocar la, ver se era tudo aquilo que diziam, e se nao gostassemos voltariamos no mesmo dia e emendariamos a estrada ate Tana. O tempo continuava ruim, chegamos na pousada que fica numa pequena praia e eramos os unicos hospedes. Falamos que nao sabiamos se ficariamos, mas fomos bem recepcionados com drinks de boas vindas. Nem precisou chegar a cerveja que pedi, para a Bibi ficar meio tonta. Ficamos curtindo, batendo papo, almocamos, quando o tempo comecou a abrir e tudo mudou. Que diferenca faz o sol!!! Decidimos ficar, curtimos uma praia e depois voltamos para nossa cadeira espreguicadeira com uma super vista. Nao e que de repente algo pula numa mesa ao lado. Nos assustamos e logo vimos que era um pequeno lemur, que em seguida pulou no parapeito a nossa frente e em seguida no colo da Bibi. Ficamos meio sem saber o que fazer, se era domesticadado ou o que, quando ele comecou a lamber o dedo da Bibi. Ficou um tempo ali, e saiu pulando para as arvores. No jantar muito camarao e sossego. Ficamos curtindo aquela praia so para nos, mas logo tinhamos que voltar para Tana.

Bibi com a nova amiguinha

Bibi com a nova amiguinha

 

Pegamos barco e depois a estrada, que foi mais demorada que imaginavamos. Chegamos em Tana e nao quisemos fazer muita coisa, pois no dia seguinte ja pegariamos o voo. De noite fomos jantar e resolvemos ficar no bar do hotel pra curtir um pouco. Tava rolando uma festinha que logo fomos convidados para participar. Era dos donos do hotel, que foram com nossa cara e resolveram pagar as bebidas. Isto que e despedida!! Ficamos batendo papo com eles e depois sozinhos.

Na manha que pegariamos o voo, acordamos dancando e cantando, coisa que era meio comum quando tinhamos som- pareciamos 2 sem nocao. No embarque tudo certo, so um contratempo na hora de trocar dinheiro. Chegando em Nairobi fiquei com a Bibi ate ela embarcar para Dar. Ja tinha sido dificil me despedir dela no Brasil, mas agora, da nova Bibi foi pior ainda…

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A Praia

Vi o filme “A praia”, a muito tempo atras. Quando fui para a Tailândia em 2004 vi mais umas 10 vezes, pois como o filme se passa la, muitos restaurantes exibem o filme continuamente. La li o livro, que e muito legal, tem algumas historias que não estão no filme. Me deram o livro, depois que eu li tinha que colocar o nome e passar para frente. Estou fazendo o mesmo com os livros que leio aqui. O filme tem algumas partes meio doideira demais, mas no geral mostra bem a comunidade de viajantes, que vai fazendo amizades, curtindo e tentando descobrir novos lugares fantásticos inexplorados, o famoso ” Universo Paralelo”.

Quando chegamos a Touliar já tínhamos decidido que iriamos pegar o barco e ir para o sul em vez de seguir por estrada para o norte. Anakao parecia mais atrativa, devido ao meio isolamento. Por estradas demorava quase um dia de viajem, apesar da pouca distancia. De barco não mais que uma hora. Ao chegarmos no local onde pegaríamos o barco, já estavam nos esperando.Colocamos as bagagens numa carroça de boi e fomos numa outra. Os carros de boi nos levaram ate o pequeno barco que não estava longe. Contornamos um pequeno porto antes de seguir paralelamente a praia ate chegar em Anakao. Passamos por águas rasas e deu para sentir o que nos esperava, pois a água era impressionantemente azul. Em algumas barreiras de coral dava para ver que teria onda, e com boa formação.  O barco parou bem no meio da bela praia. Um francês veio oferecer um chale mas fomos conferir a pousada indicada pelo pessoal do barco. Pousada bacana, meio isolada, mas estruturada. Resolvemos procurar outra para comparar custo beneficio, alem de conhecer a do francês. Mochilas nas costas e caminhada pela areia. Eu e o Gaku fomos na frente para dar uma olhada. A pousado do francês são só dois chales e um estava ocupado. O nosso teria 2 quartos e era de frente para a praia. O restaurante era um pouco mais para cima, com uma vista fantástica. La era a casa do francês e sua nova família malagaci. Já engatamos num papo na varanda e logo nos sentíamos em casa. Caminhamos para conhecer a pequena vila que não é tão atraente, mas possui vários restaurantezinhos e todos aqueles barcos coloridos. Tentamos achar outra pousada pois na nossa só tinha um banheiro e portas cortina, mas nenhuma tinha o custo beneficio da nossa (existem pouquíssimas opções). Toda hora ofereciam lagosta, por preços que quase não acreditávamos. Fiquei sabendo que tinha um barco com sulafricanos que vieram só para pegar onda, então já tratei de arranjar uma prancha para alugar para o dia seguinte. Na verdade fechei com um barco para surfar enquanto a Bibi e o resto do pessoal iam ver umas baleias. Depois todos iriamos para Nosi Ve pegar praia, comer lagosta e mergulhar.

Carro de boi

Carro de boi

Cores

Cores

Voltamos para a pousada e descobrimos que a comida era maravilhosa. Isto fez com que nem comêssemos em outros lugares, apesar da pousada ser mais cara. O lugar era simplesmente demais.

O pessoal decidiu que iria ver as baleias e ir para a ilha em outro dia, então eu acordei que só eu que iria, e só para surfar. O barqueiro falava francês quase que nem eu (nada!) e acabou dando uma confusão. Por sorte o dono da pousada tava junto e viu o final do acordo.Tinha combinado de sair as 6 hs, e 5 e pouco já tava tomando cafe e preparado. Tava ventando, o que eu queria evitar ao acordar cedo. No horizonte se formava um arco iris, e uma tempestade. O cara demorou um monte e quando chegou queria que todo mundo fosse, se não não ia. Fiquei puto, e depois de discutir um monte acabei acertando com um amigo dele. Não teria como convencer o pessoal de ir na chuva. Sai, de bermuda, camiseta, capa de chuva,e prancha. Era uma canoa com motor, com aqueles apoios laterais para dar estabilidade. Fomos indo mar a dentro em direção a barreira de coral onde as ondas se formam. Não demorou muito para eu ver o barco dos sul-africanos do lado de uma espumeira branca, mas estava muito longe para ver as condições. Chovia relativamente bastante, e o mar tava meio bagunçado. Só quando chegamos mais perto que vi que realmente tinha onda. Deu aquele friozinho gostoso na barriga. Passei a jaqueta para o barqueiro e me joguei na água. Estava do lado de onde estava quebrando as ondas, e logo a corrente me jogou para traz. Vi que seria “remadeira. E foi, não dava para parar de remar, se não ficava de fora do ” pico”. Tinham 6 sul-africanos, mas  para minha sorte não mais que 3 ao mesmo tempo na água. A chuva foi diminuindo ate parar. O vento demorou um pouco mais, mas logo parou e o tempo abriu. Logo as ondas tomaram formas perfeitas e um tamanho considerável. Foram horas de excelentes ondas, dividindo somente com 2 ou três outras pessoas. No inicio fui meio devagar, pois o coral não e muito fundo. Também tentava não lembrar que as águas de Madagascar são infestadas de tubarões. Nunca teve ataque, mas vai que mudam a dieta bem quando eu to ali. Não posso dizer que peguei muita onda. Devido a remadeira cansei rápido. Achei que minha performasse seria melhor, devido a qualidade das ondas, mas deu para curtir bastante. Ultima vez que tinha surfado foi em Coffe Baii, na Africa do Sul. Lá também tinha tido sorte, pois tinha onda e tava tendo WQS (campeonato mundial seg div) em Durban, e dividi as ondas só com um australiano.

Esperando o barco com este visual

Esperando o barco com este visual

Crawde em Anakao

Crawde em Anakao

Muita onda, pouca gente!

Muita onda, pouca gente!

Voltei para a pousada tarde, com aquele sorrisão na cara, quando o braco já não respondia, e estava sozinho na água. Deu tempo comer alguma coisa e ficar largado de frente para a praia com a Bibi. Crianças nos cercaram para vender de tudo. Como não compramos nada, resolveram cantar para pedir dinheiro. Percebemos a malandragem, e cada musica que cantavam, nos cantávamos de volta. Final das contas nos divertimos, mas nem deu para conversar ou ler. No jantar tínhamos encomendado lagosta. O prato tava delicioso e tinha “só” três lagostas para cada um. Ficamos conversando, tomando uma cerveja e jogando.

Outro dia pegamos uma canoa/jangada. Não era com motor e sim com vela, mas um sistema diferente das Dhow do Leste da africa. Fomos ate a pequena ilha que fica logo a frente de Anakao, Nosy Ve. Na chegada na ilha nem falávamos, de tao hipnotizados que estavamos com o vizual. Que praia!!

Chegando em Nosy Ve

Chegando em Nosy Ve

E uma ilha sagrada, portanto não tem construções. A Bibi e a Koku ficaram tomando sol e eu e o Gaku fomos dar a volta na ilha. Algumas especies endêmicas de pássaros e praias paradisíacas. Difícil de saber qual o lado mais bonito da ilha. No mais só ficar largado e curtir a praia, onde só tínhamos nos. Chato, né?! O lugar e tao bonito que a gente fica ate meio bobo. Encontramos o espanhol que tava na mesma pousada que agente. Ele foi ver as baleias com uma francesa e ela teve que voltar, ele ficou para ir com a gente.

Praia de fora

Praia de fora

Praia de dentro

Praia de dentro

Na volta ventou muito. A Bibi foi quem mais se molhou. tivemos que fazer uma triangulação para conseguir pegar o vento próprio para voltar, e quando isto aconteceu decolamos. Chegando tomamos banho e fomos para um barzinho na vila, para fazer a nossa despedida da praia.

Anakao não e “A Praia”, já ta “popular” demais para isto, mas curtimos o nosso ” Universo Paralelo” la.

Ps- Depois acabamos sabendo de uma praia, bem mais longe, isolada, e bonita que Anakao. Falaram que deixa Anakao no chinelo. Não tivemos tempo de ir (só soubemos quando estávamos em Tana), mas se algum se habilitar estamos vendendo o Mapa!!

Mad 2

Seguindo estrada a paisagem foi ficando mais desertica. Uma fileira de baobas apareceu e o cenario se transformou. Ficava cada vez mais desertico. Dificil de imaginar que a floresta tropical tava relativamente perto. A Bibi nao estava se sentindo bem desde manha. Estavamos em duvida se era a alimentacao, gripe ou algum outro problema. Reclamava de dores de cabeca, no corpo, indisposicao. Fiquei com medo que ela tivesse com malaria, mas nao falei para nao assustar. Chegando em Ranahira vi o primeiro bom hotel e nem pensamos em procurar outro. A Bibi nem desceu do carro, e num momento de desespero comecou a chorar. Quem ficou desesperado fui eu, mas como nao ia adiantar em nada ja fomos perguntando onde era o hospital, para fazer o teste de malaria e se consultar. Nada de hospital. PQP! Bem, vamos para uma farmacia. Tava fechada mas tratamos de acordar a responsavel. Consulta basica, nao nos disse para tomar nada que nao tinhamos no nosso kit de primeiro socorros. Ah, para garantir ela ja tomou as tres pilulas anti-malaria. Depois de repouso, sopa e medicamento fomos ver que deve ter sido uma infeccao alimentar. Melhorou so com antibiotico.

Estrada

Estrada

Arvore simbolo

Arvore simbolo

A cidade e pequena, e na rua ficam dezenas, nao, centenas de pessoas esperando turistas. Sao guias, desesperados por trabalho, que tentam te ajudar de qualquer maneira na tua chegada para que ele seja o escolhido. Aparentemente nao tem muitas atividades/alternativas para tanta gente desempregada com o baixo turismo.

Como nao da para fazer tudo ao mesmo tempo e nem queriamos fazer varias atividades correndo, tivemos que selecionar algumas (o parque de Isalo e bem grande). As condicoes fisicas da Bibi nos ajudaram a tomar as decisoes mais rapidamente, tendo em vista que muitas delas exigiam longas caminhadas. Aqui tem um grande canion, e caminhamos ate proximo das paredes destes para ver uma familia de Lemurs. Nao tivemos muita dificuldade para localiza-los. Muito bonitos, estavam relativamente proximos, mas nao muito ativos. Ficamos observando esta que era a 4 especie de lemurs que viamos. Depois caminhamos entre o canion, onde o deserto arido se transformava num local umido e mais fresco, devido a abundante vegetacao. Muito bonito o lugar.

Nova especie de Lemur

Nova especie de Lemur

Canion

Canion

Fomos almocar na cidade e a Bibi trocou a sopa da noite anterior por batatas cozidas. O fato de estar com apetite ja era um bom sinal. Fomos numa cachoeira do outro dado do parque. Caminhada gostosa, e uma linda cachoeira com um poco de agua transparente e geladissima. A Koku e o Gaku entraram, e eu tava sem bermuda de agua. Como nao dava para perder uma oportunidade destas, fui de cueca mesmo, detalhe que era branca…haha! Agua muito, mas muito gelada. So nadando ate a queda para tomar um banho de “ducha” para esquentar. Voltamos em ritmo acelerado para poder pegar o por de sol em outra regiao. No caminho fomos surpreendidos por um grupo muito grande de Lemurs, muito maior que o habitual. Eles passaram por nos sem cerimonia, e fomos os acompanhando. Estavamos com sorte com os Lemurs!!

Uh, sai da frente...

Uh, sai da frente...

Cachoeira

Cachoeira

Pegamos o carro e seguimos para o ponto recomendado para o por de sol. Chegamos na hora exata. Pena nao estarmos la antes, para poder curtir um pouco mais. Foi um momento muito legal, com uma super energia. Todas aquelas formacoes rochosas, com aquela luz. Acho que era o que a Bibi precisava para se recuperar completamente.

Visual

Visual

 

Energia

Energia

Dia seguinte mais estrada, sentido Touliar, ja na praia.

Madagascar, pegando a estrada.

O grupo estava formado e já cedo o carro nos esperava. Passamos por todas aquelas ruas estreitas de Tana, cheia de vendedores de verduras, artesanato e tudo que tem direito, para seguir sentido a região rural. Ainda na parte urbana é possível observar plantações de arroz nos terraços alagados. Não muito longe apareciam as primeiras confecções de tijolos, que eram cuidadosamente feitos artesanalmente. Estrada simples, uma mão da cada lado, sem acostamento, mas com um bom asfalto e relativamente pouco movimento.

Producao manual de tijolos

Producao manual de tijolos

O visual foi se alterando rapidamente, e o aspecto de cidade desapareceu. A região rural também é encantadora. Parecia que mergulhávamos no interior da Franca a seculos atras. Rodamos e na primeira parada descobrimos a capital mundial do Foie Gras. Vimos um anuncio e fomos verificar, olhamos para o lado tinha outro, no restaurante da frente também vendia, no outro lado tambem. Tivemos direito a degustar antes de comprar um pote de  umas 200 gramas. Preço? menos de 10 reais!! Tivemos que enfrentar o “problema” de comer em 3 dias, pois não estava refrigerado, que dificuldade… La tivemos o primeiro contato com a comida Malagaci, e para acompanhar uma água de arroz, servida como chá.

Foie Gras

Foie Gras

Depois da parada para comer, seguimos pela estrada. A companhia dos japoneses ficava cada vez mais agradável, e se tínhamos algum receio de como seria o “grupo”, perdemos rápido, e estávamos ficando muito empolgados com os novos amigos.

Não muito tempo depois chegamos a Antsirabe. Cidade com uma larga avenida principal, toda florida, e com prédios histo ricos. Dezenas de pousse-pousse nos cercaram para oferecer para darmos uma volta. A cidade possui uma bela estacão de trem e um decadente hotel/termas. Fomos num bairro não muito longe famoso pelo artesanato. Vimos como produzem, acompanhando diversos processos da produção de pecas com chifres de zebu. A região era simples mas bem bonita, com sacadas de madeira e toda aquela arquitetura diferente. Em vez de seguir viagem optamos por conhecer 2 lagos da região. Meio longe um deles, mas fica ao lado de uma pedreira, e tem uma cor azulada muito bonita. O grande problema e que não da para respirar, de tantas crianças te pedindo coisas. São muito pobres, carentes de dinheiro, de atenção, mas também vimos que muitos turistas “estragaram” a região dando qualquer coisa para elas, e criando o abito de pedir, te pedem o que você tiver na mão, independente de se precisão ou não.

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Acabamos chegando tarde em Ambositra, e os japoneses ficaram no primeiro hotel que fomos ver, enquanto eu e a Bibi fomos ver um outro. Gostamos mais da segunda opção, então ficamos separados deles. Fomos jantar num restaurante bem bacaninha. O motorista foi junto pois era longe e o tempo tava meio ruim. A comida além de barata era muita. Tivemos que chamar reforço para conseguir acabar com tudo.

Outro dia mais passeio pela pequena cidade, visitar artesanato e umas lojinhas muito legais. Todo mundo sabe que eu não sou nada consumista, mas tinham umas coisas em madeira muito legais, com preços excelentes. Dava vontade de comprar varias coisas, mas só compramos algumas. Fizemos um percurso a pé, passando por lojinhas, ruas e regiões bem interessantes. Muito gostosa a caminhada, mas a criançada continuava perturbando, e se dava atenção era pior ainda.

Pouse-Pousse

Pouse-Pousse

Grande parte das cidades que passamos (por menores que fossem) tinham barreira policial. Em uma delas pediram ate a passagem de volta e certificado de vacinação. Tudo tava em ordem, mas não e uma sensação muito agradável. Passamos a margear uma floresta tropical, mata fechada, e um belo rio com corredeiras e pequenas quedas acompanhavam a estrada, fizemos check in mas já tava tarde para ir as águas termais que tem ali perto. Toda a vila gira ao redor do parque nacional. Acabamos conhecendo um irlandês e um casal de italianos que estavam fazendo o mesmo trajeto que nos, mas utilizando o transporte publico. Confesso que fiquei morrendo de inveja quando eles contaram tudo o que eles tinham visto/passado. Todos jantamos juntos e tomamos uma cerveja, mas sem se estender pois o dia começaria cedo no dia seguinte.

Pela rua

Pela rua

Vegetariano? Sem problemas...

Vegetariano? Sem problemas…

A visita do parque Ramanofama tem que ser cedo, pois os animais são mais ativos de manha. Estava um pouco preocupado com o trajeto que faríamos, se as 4 horas não eram um pouco demais para a Bibi. Final das contas e bem light, varias paradas, enrolações, nem chega a cansar muito. O trajeto feito em trilhas meio enlamaçadas e lento, para que ninguém escorregue. O primeiro contato com os Lemurs foi meio decepcionante. Vimos bem de longe, e apesar de parecerem criaturas muito interessantes, pouco dava para ver, pois passavam a maior parte do tempo encolhidos. Depois de caminhar mais encontramos um outro grupo, mas ainda tava longe, e junto tinham outros visitantes do parque que faziam bastante barulho. Algum tempo depois, quando menos esperávamos, encontramos um outro grupo. Este veio em nossa direção, e não estavam no topo das arvores e sim descendo. Um parou a menos de um metro de mim, cheguei ate a me assustar. Eles são muito diferentes de tudo, e ao vermos de perto paramos de tentar comparar com outros animais. Antes tava um tal de falar que era mistura de macaco com gamba com guaxinim… depois vimos que são só lemurs. Alias a diferença e grande de uma especie de Lemur para outra. Agora sim estávamos realizados. Ainda fomos ver algumas cobras que deveriam sair para pegar sol mas insistiram em ficar em buracos entre as pedras. Vimos alguns camaleões alem de diversas plantas endêmicas também. Poderíamos seguir viagem, mas optamos por ficar mais uma noite ali. Tentamos ir visitar uma vila mais afastada e uns camaleões gigantes, mas nosso motorista desapareceu. Saímos a pé mesmo pela região. Tinha uma musica de fundo que não identificávamos de onde vinha. Subimos ate uma igreja, que estava vazia. Fomos acompanhando o som que estava mais alto ate chegarmos num pequeno barracão. Crianças ensaiavam uma dança tipica,e depois de observarmos pedimos para tirar fotos. A mulher que estava cuidando falou que só se participassem também. La foram a Bibi e a Koku dançar junto. Não e que se saíram bem. Dançaram um tempo e ganharam ate elogios depois. Muito bacana. E uma dança tipica só desta região, e estavam ensaiando para a apresentação que seria na próxima semana. No jantar, mais um casal de franceses se juntou ao nosso grupo que aumentava cada vez mais.

Ranamofama

Ranamofama

Primo!!!!

Primo!!!!

+ Lemur

+ Lemur

Danca

Dança

Jantar

Jantar

Vila de Ramonofamo

Vila de Ramonofamo

Dia seguinte seguimos estrada, e a paisagem parecia ficar cada vez mais bonita. Me perguntava diversas vezes porque alguém preferiria voar que passar por aquelas regiões. Paramos para ver algumas mulheres produzirem fios manualmente e depois tecerem formando lindos cachecóis. Em uma bonita loja de fotografias compramos alguns cartões postais. Na estrada cruzamos com pessoas que levavam imensos rebanhos de Zebu. Aquela cena meio faroeste, atravessando rios, subindo colinas. Descobrimos que iriam seguir todo o caminho ate Tana, onde venderiam o gado.

Paisagem

Paisagem

Arroz por todos os lados

Arroz por todos os lados

Paramos em Ambalavao onde tem uma feira de Zebus todas as quartas. Antes que ir ate o local paramos para comer, e tinha a opção menu ou buffet. O buffet o preço e por colherada!!! Mas poucos centavos cada. Ruas estreitas, onde praticamente só passavam pedestres. Dava para ver que era um dia especial pois  todos estavam na rua, e o comercio a mil. No topo da montanha onde ocorre a feira, o gado fica separado em diferentes grupos, e nem se mexem para não apanhar. A cidadezinha, a vista e o povo em si davam um charme extra para a atracão.

Zebus

Zebus

Feira Ambalavao

Feira Ambalavao

Madagascar, ir ou não ir?

Sempre quis conhecer Madagascar, mas devido aos incidentes do inicio do ano, onde dezenas, talvez centenas de pessoas morreram, achei que não seria desta vez. A situação mudou um pouco. Existe um governo transitório por golpe de estado, mas muitos países ainda não aceitam o novo governo. O presidente deposto vive no exílio e tenta voltar, enquanto um antigo presidente tenta entrar na onda das mudanças e voltar para o poder. As informações da Embaixada do Reino Unido não eram muito animadoras, mas os residentes insistiam que nunca um estrangeiro seria afetado, a não ser que participasse de alguma manifestação. As próprias manifestações não estavam mais acontecendo, pois os políticos finalmente sentaram para conversar.

Abaixo as informações que o governo do Reino Unido passam para os britânicos viajantes.

There has been political unrest in Madagascar since January 2009, which has resulted in a number of deaths.  The political situatiuon remains fluid and subject to unexpected change. For further information plse see the Political Situation and Local Travel sections.

  • We advise against travel to the centre of Antananarivo unless absolutely necessary.  While most of the demonstrations have now ceased the situation remains unstable and visitors should avoid any crowds or political gatherings which may occur particularly around the Ambohijatovo, Lac Anosy, Ankorondrano and the Mahamasima areas.
  • In June, two artisanal bombs exploded in the centre of Antananarivo and a number of others were defused.  There were no reported injuries. On 18 July, one man was killed and two others injured when an explosive device they were carrying went off prematurely in their vehicle. It is unclear who is responsible for these attacks.
  • We advise visitors to Madagascar to travel with established organisations or travel firms who have the capacity to monitor the local media and warn of possible trouble.  If travelling independently we advise that you monitor the local media closely and keep abreast of the situation for the duration of your visit.  Business travellers should take similar precautions.
  • You should remain vigilant and maintain a low profile while moving around. You should remain alert to the possibility of acts of disorder by elements of the security forces and avoid any actions that might antagonise them, e.g. taking photographs.  You should also carry an ID at all times.  Avoid travelling at night.  If it is essential that you travel at night, do so with care and lock vehicle doors.

Como confiamos mais nas pessoas que vivem no país, que nos engravatados que recomendam que e melhor escovar os dentes com água mineral quando visitar o Brasil, não tivemos dificuldade em escolher Madagascar quando a Bibi adiou em 2 semanas sua volta para o Brasil.

Madagascar e diferente de tudo. E uma ilha que faz parte da Africa, foi povoada por povos da Malásia e Indonésia e colonizada pela Franca. Esta mistura cultural da um resultado fantástico, e ainda acrescentado por um isolamento geográfico de milhares de anos, o que proporcionou uma fauna e flora unica, quase que na sua totalidade endêmica. Pais com montanhas, desertos, praias paradisíacas, vilas intocadas. E um destino para agradar qualquer viajante. Desde o turista que só quer sol e água fresca (junto com ótima comida e praia) ate os mais exploradores e aventureiros. Esportistas? Sim, é possível mergulhar no mar azul, surfar, fazer trekking, percorrer o pais de bicicleta…

Os preços também variam bastante. Pode se viajar gastando entre 10 e 15 USD por dia (excluindo a passagem ate Madagascar) ou nos super hotéis, que são caríssimos e para poucos (podendo passar dos 1000 USD por dia).

O destino mais famoso e o Norte, muito conhecido pelos europeus (praticamente franceses e italianos) que invadem a ilha de Nosy Be. Confesso que estávamos pensando em iniciar a viajem por la, mas ao comprar um guia no aeroporto, não precisei passar do primeiro paragrafo da descrição para achar o destino muito “previsível”. Os estrangeiros usam muito as agencias turísticas, que recomendam voar por causa das longas distancias e estradas ruins. Ruins? Soube que tem ate asfalto… Conversei com a Bibi e mudamos os planos (que planos?). Em vez do norte, iriamos para o sul, passando por alguns parques nacionais e cidades interessantes ate chegar a praia. Transporte? Taxi-brouse, os Daladala/Matatu daqui, que claro que não são recomendados pelas agencias, mas que já estamos bem acostumados.

Chegamos no aeroporto de Antananarivo e tivemos a grata surpresa de que não precisa mais pagar pelos vistos. Tentativa desesperada de recuperar o turismo que desapareceu este ano devido aos incidentes políticos.

Estava sacando dinheiro num caixa automático quando um japonês veio perguntar se queríamos dividir um táxi ate o centro. Topamos e fomos junto com sua amiga, também japonesa. Acabamos indo todos para o hotel que eles iam, e desistimos de ir para o que nos tínhamos escolhido. No aeroporto muitas pessoas ofereceram carros para alugar, e passamos o endereço do hotel para conversarmos mais tarde.

O caminho ate o hotel mexeu comigo. Nunca fiquei tao empolgado ao chegar numa cidade. Talvez meu sentimento na chegada em Katmandu-Nepal e Chiang Mai-Tailandia possa ser comparado, mas naquelas vezes eu vinha do Brasil, o que causava um choque muito maior. O hotel era super simples e super barato. Saímos para caminhar e buscar alguma coisa para comer. Queijos, paes, doces de confeitaria se misturavam com frutas, comidas africanas. A cidade, com seu tom avermelhado, espalhada por colinas com suas construções de bela arquitetura. Soube em uma fracão de segundo que estávamos certos de estar ali.

Tana

Tana

 

Bairros

Bairros

 

Arquitetura

Arquitetura

 

Taxi

Taxi

Pegamos algumas coisas para comer e voltamos para o hotel para discutir o plano da viagem, tudo com uma vista magnifica de Tana (apelido da cidade). Os japoneses (que agora eram 3, pois encontraram outra no hotel) mudaram seus planos para ir com a gente. Depois de uma longa negociação com um dos caras que ofereceram carro no aeroporto, decidimos alugar um carro com motorista. A ausência de estrangeiros no pais derrubou todos os preços e resolvemos aproveitar.