Muro para se lamentar!


Quando eu tinha nove anos fui estudar de manhã ia de carona com a família do Chico, um amigo da rua. Ele tinha um irmão mais velho, daqueles que influenciava sem ter a menor ideia que esta fazendo isto. Foi através dele que conheci os Ramones, andei de skate pela primeira vez, dentre outras coisas. Lembro dele contando as fantásticas aventuras de uma viagem que fez para a Alemanha, de como era o muro de Berlim e a burocracia que teve para passar de um lado ao outro, por ter um sobrenome alemão  Não muitos anos depois, lembro muito bem das noticias sobre a queda do muro, no dia Três de outubro de 1990 (aniversario do meu tio Nicolau, por isto nunca vou esquecer).
Nesta viagem vi muitas injustiças  Daquelas que você senta e fica pensando: “como e que não fazem nada a respeito disto”. Sera que vai ser mais uma historia que no futuro vamos lamentar e lembrar: “nossa, tao pouco tempo atras e tava acontecendo isto…”Aparthaid Africa do Sul, Genocídio Ruanda, Servia, para não falar dos atuais… Novamente estive frente a frente com um destes lugares. Espero num futuro não distante poder ver o muro de Israel cair, e poder visitar a região novamente com meus filhos, com outro ambiente.
A historia dos Israelitas não foi fácil  Povo perseguido desde os velhos tempos, citadas na Bíblia  Foram escravizados na Babilônia  no Egito; ate que chegaram na “terra prometida”. Dividiram a região com outros povos por muito tempo. A região foi dominada por diversos impérios poderosos, que controlavam a região mesmo a distancia, com uma administração local que recolhia impostos, ditava leis, etc. Ainda no primeiro seculo depois de cristo, teve uma grande revolta Judaica contra os Romanos. Eles buscavam independência  já estavam produzindo suas próprias moedas e queriam mais liberdade. Foram brutalmente reprimidos, massacrados e expulsos da região, tendo que migrar para diversas partes do mundo (Europa, Marrocos, Egito, Babilônia, Pérsia, Etiópia, Iêmen, Índia…).
A sequencia da historia não foi mais fácil  Foram declarados escravos na Espanha (tendo terras confiscadas e religião proibida, perseguidos nas Inquisições  expulsos da Inglaterra , da Franca e Espanha. Foram perseguidos por toda a Europa, massacrados e segregados. Na segunda guerra mundial foram perseguidos e depois exterminados, num dos maior genocídios da historia. Sob a acusação de serem “a raiz de todo o mal da humanidade”, Hitler comandou o extermínio de 6 milhões de Judeus, sendo que 1,5 eram crianças  Quem já foi visitar um campo de concentração, museu, ou ate mesmo a casa de Annie Frank sabe do embrulho que da no estomago.
A comunidade internacional se sentiu culpada pelo que aconteceu, e decidiu achar uma área para o povo judeu. Tentaram oferecer áreas em diversas regiões, sendo que Uganda foi ate aceita por um período  Já tinha um movimento Zionista desde o final do seculo 19, e seguindo a pressões  acabaram decidindo por uma partilha da Palestina onde era a Terra Prometida. Ai que iniciam os problemas. Devido a problemas basicamente Europeus, quem teve que ser penalizado foi o povo Palestino.

Free Palestine

Antes e depois dos romanos a região da palestina passou pelo domínio de diversos Impérios  Ate a primeira guerra eram os Turcos (Império Otomano). Com a revolta árabe  incentivada pela Inglaterra, os turcos foram expulsos; e segundo o tratado de 1914 (McMahon) a região seria entregue aos árabes  Tratados controversos foram assinados posteriormente, dividindo o Oriente Médio entre Franca e Inglaterra em 1916 (desonrando o anterior) e depois visando a partilha da região  criando um Estado Judeu (Balfour Declaration).
Independente dos domínios, o povo nativo de la, os palestinos, com mais de 10000 anos de ocupação continua, foi o grande perdedor novamente. O Estado de Israel ocuparia 56,5% da região para somente 31% da população de judeus. Isto porque no inicio do seculo 20, pre-guerra, teve um altíssimo fluxo imigratório de judeus. Ate o final do seculo 19 eram só 4%. Claro que o povo local não iria concordar, depois de 2000 anos ocupando praticamente sozinhos a terra. Sem entrar na questão que judeus-etíopes (falashas) comentam que os judeus-europeus são na sua maioria convertidos ou miscigenados, o que diminuiria ainda mais um direito hereditário.

Mapa da ocupação

Vamos imaginar no Brasil. Imaginem que os Tupi-Guaranis ocupassem parte do estado do Parana, junto com outras tribos, como os Tingui por exemplo. Chegam os portugueses, eles são expulsos, mas outras tribos ate mais antigas que eles, permanecem. Eles fogem para vários países da America do Sul onde permanecem por centenas de anos. Chegam novos povos, muita coisa muda. Acontece um massacre dos Tupi-Guaranis na Venezuela e a comunidade internacional resolve achar uma terra para eles, e decide dividir o estado do Parana, dando a maioria da terra para os tupi-guaranis que estavam na Venezuela (ou Paraguai para ficar mais realista). Vocês acham que o povo que e dono da terra a centena de anos, iria entregar tudo de mão beijada por causa de um problema que aconteceu na Venezuela? Ha quem fale do direito divino, tendo em vista que no livro sagrado esta escrito que e a “Terra Prometida” e que foi dada por Deus. Se as Cataratas do Iguaçu fossem sagradas para os índios  dai entregaríamos  Isto que, no nosso caso, estamos falando de imigrantes, e não do povo local, habitante da região por muuuito mais tempo. Transforme décadas, seculos, em milhares de anos.
Houve a independência de Israel e com isto a guerra com as nações árabes vizinhas, pois somente a Palestina não teria a menor chance. Israel venceu ficando com quase 80% do território Palestino, mas o Egito conseguiu ocupar uma parte chamada de Gaza e a Jordânia de Cisjordânia  Vinte anos depois acontece nova guerra – Guerra dos Seis Dias, e Israel ocupa estas duas regiões  alem do Sinai (depois devolvido ao Egito) e Golan (Síria, ainda em disputa). Mais de sete milhões de palestinos passam a viver no exílio.
Ai começa o conflito Israel/Palestina propriamente dito. Ocupação Israelense indevida = resistência Palestina = mortes de civis Israelenses = morte de muito mais civis inocentes palestinos = perda para todos e violação de direitos humanos
Os palestinos eram chamados de terroristas, e praticaram atos (que devem) e foram condenados pela comunidade internacional, mas a sua causa é digna (apesar dos meios não serem). Quando os judeus fizeram a revolta contra os romanos, se fosse nos dias de hoje seriam chamados de terroristas. E uma questão de direito. Os palestinos tem direito a maior parte da terra (segundo fatos dos últimos 2000 anos, quase toda). A comunidade internacional passou a dar certo apoio a causa depois das Intifadas (revoltas populares) onde jovens, estudantes e população comum armada com paus e pedras foram massacrados por tanques e metralhadoras.
Hoje os palestinos vivem em péssimas condições nas áreas ocupadas. Um muro esta sendo construído  e logo devem terminar os seus quase 800 km. Ele tem o dobro da altura do Muro de Berlim.

Muro da vergonha!

Como se fossemos animais, passamos pelos corredores de grades, arames, coisa que só palestinos privilegiados podem fazer. Sabia que seria chocante, mas não esperava tanto. Existem diversos pontos de controle, barreiras. As principais estradas dentro do território ocupado não podem ser utilizadas por palestinos. Áreas são desapropriadas e ocupadas pelo exercito ou assentamento de judeus (o que e proibido segundo a Convenção de Genebra). A ocupação vem aumentando e a situação vai se tornando cada vez mais irreversível  A região e desértica  e regiões de poucas florestas foram cortadas para assentar mais judeus, alem de estradas exclusivas para estes. Controle da criação de industria só aumenta o desemprego entre os palestinos. No verão existe racionamento de água nas regiões palestinas, para que o abastecimento seja continuo em assentamentos judeus. Israel estrategicamente toma conta das áreas produtivas férteis, alem de mais de 80% da água.

Não parece um abatedouro?

Flores? Só de um lado…

Os palestinos não tem direito de ir e vir. Mesmo os que tem cidadania israelense, tem um documento especial, discriminatório  não tendo os mesmos diretos. Existe ate controle sobre casamento, assim como existia no aparthaid da africa do sul. Segundo julgamento em tribunal internacional, o muro deve ser derrubado, áreas entregues, inclusive Jerusalém Oriental. Mas ate agora nada.
Não estive em Gaza, onde a situação e ainda pior. Superpopulosa, com um índice de desemprego altíssimo  Agora com o bloqueio a situação so piorou. Estávamos aqui quando o barco de ajuda internacional foi interceptado e pessoas mortas. Alguns dos corpos possuíam 4 tiros na cabeça disparado a queima roupa. Uma semana depois mais mortos. Conversei com um israelense que foi piloto de tanque na guerra contra o Líbano em 2005. Na sua opinião Israel over reacted. Ele ficava abismado de como as informações eram distorcidas dentro de Israel, e de como a propaganda e forte e controladora. A maioria dos israelenses esta cansada do conflito, e quer paz, apesar de não ver isto acontecer tao cedo.
Quanto aos palestinos? Eles vão sofrendo com a repressão  lutando como podem por algo que tem direito e esperando a hora que terão a sua palestina de volta. A sua Pazlestina…

PAZlestina!

Para quem quiser mais informação:
http://www.btselem.org/english/statistics/Index.asp
http://www.btselem.org/English/list_of_Topics.asp
http://www.hrw.org/en/publications/reports/11/related
http://www.palestineremembered.com
http://www.stopthewall.org
http://www.eletronicintifada.net
http:// http://www.alternativenews.org
http://www.nakbinhebrew.org
http://www.atg.ps
http://www.passia.org
http://www.pacbi.org”>
http://www.palsolidarity.org
http://www.icahd.org
http://www.pinv.org
http://www.givathaviva.org
http://www.rachelcorrie.org

Stop the wall!

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O tempo parou?

Como tudo conspirava para não pegarmos o barco não o pegamos. As noticias mostravam que os protestos pela separação do sul do Iêmen se intensificavam com a proximidade do dia da independência (antes eram 2 países  que se unificaram em 1990). Chegou a ter ate alguns atos de violência  O tempo mudou bruscamente, e chegou a chover um pouco, mas o grande problema era o vento. Passar 14 hs num barco com mais de 300 vacas com tempo ruim não parecia muito agradável  isto se o barco saísse.  Não podíamos esperar mais, tínhamos que acabar com o “Groundhog Day” (filme dia da marmota, onde todo dia acontece a mesma coisa), então pegamos um avião de Djibuti para Sanaa.

Desde a primeira vez que tinha visto uma foto da Old Sanaa, sabia que um dia iria para la. De repente estava eu chegando na capital do Iêmen. Sobrevoando me pareceu bem mais moderna que esperava,  afinal se trata do mais pobre dos países árabes. No aeroporto já tivemos o primeiro choque cultural, quando vimos que todos usavam seus turbantes e grandes facas na cintura. Por outro lado, no estacionamento tinham bons carros, e uma impecável avenida de 4 pistas que nos levou ate a parte velha da cidade. Saímos da pista que havia ficado abaixo do nível da cidade para entrar num dos acessos da cidade velha. Fomos andando por ruas estreitas ate que o taxista falou que o carro não passava mais. Fomos a pé, andando entre aquelas construções  com uma meia luz, muito show. Fomos num hotel indicado mas resolvemos olhar outros ao lado. Os preços não eram dos melhores, mas como já era tarde resolvemos ficar num deles. Hotel antigo, numa construção antiquérrima, mas cheia de estilo. Portas de um metro e meio e pé direito do quarto de uns três metros e meio. Vitrais em todos os quartos. Muito bacana.

Predio em Old Sanaa

Dia seguinte tomamos café cedo e partimos para explorar Old Sanaa. Muito bom andar sem destino, só seguindo pelas ruelas. As construções a primeira vista parecem todas iguais, o que torna fácil de se perder. Que bom! E a melhor forma de conhecer um lugar. Tínhamos combinado de fazer o check out as duas, então voltamos correndo para o hotel, pegamos nossas mochilas, e caminhamos ate Tahrir, no inicio da cidade nova. Aqui, diferente da maioria dos lugares, a parte nova da cidade e mais barata. Não demoramos para achar um hotel bacana muito barato. Fomos na região das embaixadas pois o Guru precisa de visto para entrar em Omã, nosso provável próximo destino. Brasileiros só carimbam na fronteira, mas foi bom para confirmar a informação  Legal passear na parte mais nova da cidade. Mesmo não sendo a minha preferida, faz parte da cultura local. Mesmo os táxis sendo muito baratos, resolvemos pegar micro-ônibus  só pela diversão.  Teríamos que fazer conexão e tudo, e ninguém falava inglês  muito menos nos falávamos árabe. Foi muito divertido! Legal de ver a hospitalidade das pessoas. Mesmo sem falar uma palavra em inglês vinham nos ajudar, se empenhavam. Nossa ideia rendeu boas risadas, tanto nossas quanto deles. Voltamos para a parte velha da cidade para curtir o final de tarde na região de um grande mercado. Muito show!

Detalhes

Nosso primeiro dia foi tao corrido que nem deu tempo de ir na policia nos registrar. Então no outro dia foi a primeira coisa que fizemos. Só o visto não adianta, tem que ir la, deixar copias do passaporte e visto, alem do endereço do hotel. Burocrático mais simples. Voltamos para as embaixadas e o Guro conseguiu convencer em receber o visto na hora e não em 2 semanas como estava propondo. Na embaixada do Iram foram muito atenciosos. Ele solicitou visto aqui e vai retirar em Muscat, capital de Omã. Brasileiro novamente não precisa.

Traje tipico

Devido a não frequência de ônibus e burocracia da policia, resolvemos alugar um carro com motorista para conhecer os arredores de Sanaa. Para isto visitamos varias agencias e negociamos bastante. Acabamos acertando com a agencia recomendada pelo embaixador do Brasil na Etiópia  que entendeu nosso “estilo” de viagem e nos deu vários descontos. No topo do hotel que ficava a agencia tinha um terraço com uma super vista. Tomamos um cafe e ficamos curtindo as chamadas das mesquitas que parecia uma sinfonia. Andamos para o outro lado da Old Sanaa até o portão principal. Subimos num local e ficamos vendo a movimentação do pessoal, alem das rodas de pessoas mascando Khat. Todos se vestem igual aqui. “Saia”, que e uma canga, lenço/turbante e cinto com faca. Para ver se alguém e mais rico não se olha a roupa, joias e sim o estilo da faca. Poucos usam o que chamaríamos de roupas ocidentais. Quando não estão com as roupas típicas estão usando ternos de veludo. Muito estilosos. Outro final de tarde gostoso e beem devagar.

Vista geral de Sanaa

Já tínhamos rodado bastante Sanaa e era hora de conhecer seus arredores. Fomos com nosso motorista ate um palácio que fica a uns 40 km do centro de Sanaa. Ele fica em cima de uma pedra. Bonito de se ver e com uma super vista la de cima. Passamos por diversas vilas, Thulla, Hababah eKawkaban, de onde andamos montanha abaixo ate Shiban. Todas com suas construções antigas, suas cisternas e historias. Em muitas delas existiam os bairros judeus, e as estrelas de Davi ainda estão nos vitrais e portas ate hoje. Os judeus do Iêmen também foram retirados numa super operação de Israel, chamada ” Operação tapete Magico”, e foram levados até a terra prometida. Algumas famílias judias ainda vivem em Sanaa.

Palacio

Sanaa e uma das cidades mais antigas do mundo, com povoamento constante. Dizem que foi construída por um dos filhos de Noé, logo apos o diluvio. Toda esta região foi parte do império de Axum da Etiópia, antes de serem conquistados pelos Árabes Muçulmanos.

Nosso voo para Socotra estava lotado e teríamos que esperar mais alguns dias por aqui. Fomos tentar pegar informação sobre os ônibus para Omã, mas a comunicação foi impossível. Sempre falavam que não tinham ônibus, indicavam outro lugar mas nunca dava certo. Frustrados fomos encontrar com o ED, jornalista canadense que mora aqui, que conhecemos no Couchsurfing. Batemos um papo e fomos ate o apartamento que ele divide com outros jornalistas. Ficamos no terraço  com Aquela vista de Sanaa, conversando sobre o pais e viagens. Ele e recém formado em Fotojornalismo, e morou os últimos 4 anos em diferentes países do oriente médio  Muito bom o bate papo, e pudemos ter um pouco mais de informações  pois a  dificuldade da língua estava nos privando disto. Ate então todas as informações que tínhamos era de pessoas ligadas ao turismo.

Fomos ate a policia pegar autorização para viajar por terra para Omã. Tudo com data certa e devidas copias que ficam nos controles ao longo da estrada. Fomos ate a agencia acertar mais um passeio, pois conseguimos marcar o voo só mais para frente.

Desta vez fomos para sudoeste de Sanaa, uns 100 km de viagem, passando pelas Montanhas Haraza ate chegar em Al-Hutyaib, Al-Hajarah e a fantástica Manakaha. Cidadezinhas paradas no tempo, penduradas nas montanhas. Em todas estas cidades encontrávamos alguém que falava inglês, e ficávamos conversando durante as caminhadas.

O tempo parou por aqui!!Mais de 3000 anos de ocupacao continua...

Que lugar!!

Toda a burocracia policial tem um porque. Tirando o sul que tenta uma independência de forma civilizada, existem 2 áreas de conflitos no Iêmen. Ao norte, perto da Arabia Saudita, na região de Sadah, existe uma guerra, entre o governo e grupos radicais islâmicos  Não se pode nem sair de Sanaa na estrada que leva a este local. Diariamente víamos aviões de guerra saindo de Sanna. Dificil saber o que acontece, pois reportes também são proibidos naquela região  mas provavelmente o governo esta bombardeando os extremistas, que tem apoio de outros países islâmicos  Já nas Montanhas Hadramout, rebeldes ligados a Al Qaeda tem feito guerrilha, e o governo tem dificuldade de controlar. São locais muito longe de onde vou passar, por isto não se preocupem. Turistas desavisados ou imprudentes foram vitimas destas guerrilhas. Poucos meses atras houve sequestro seguido de mortes de turistas alemães  Estes grupos radicais são contra o “ocidente’, por isto tem turistas como alvo, alem da mídia que atraem. O Iêmen teve um grande numero de participantes nos atentados de 11 de setembro.

Iêmen é um pais pobre, com um povo super tradicional e hospitaleiro. Existe uma previsão de terminar a água potável da região em poucos anos, o que causa um desespero geral na nação  O pouco petróleo que ainda resta também está no fim. Pena um país tão interessante culturalmente e bonito naturalmente, ser tão instável.