Vídeo Rota da Seda

Praticamente um ano após o nosso retorno, finalmente terminamos o vídeo da Rota da Seda. Uma viagem da Turquia para o Curdistão e Norte do Iraque, Irã, Turcomenistão, Uzbequistão e Republica Karakolpak, Cazaquistão, Quirguistão, China/Xinjiang, Paquistão e Índia e Caxemira.

A ideia era fazer um lançamento em um telão, ou fazer uma reunião para a primeira exibição. Alguns fatores inviabilizaram isto no momento, e de qualquer forma, acredito que os leitores do blog devem ser os primeiros a ver.  Quem nos acompanha com frequência merece!

Espero que gostem…

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A diversidade da Índia!

A Índia não pode ser vista como um único pais, mas como vários países juntos. Cada estado e infinitamente diferente do outro. Nesta viagem mais do que nunca pudemos observar isto.

Era a terceira vez que viajava pela Índia, já tinha passado alguns meses no país, mas ao chegar na parte velha de Amritsar, me perguntei: Porque mesmo que eu gostava da Índia? E isto que o estado de Punjab era um dos que eu mais gostava, devido a deliciosa comida e hospitalidade do povo. Mas no primeiro momento o que sobressaia era um barulho ensurdecedor de buzinas, lugar cheio de gente e imundo. Não parecia ser a mesma Amristar que eu estive no ano passado. E não era, pois da outra vez, fiquei todo o tempo dentro do templo, inclusive hospedagem e refeiçoes  Passamos uma noite infernal com muito barulho, e no dia seguinte nos mudamos para um outro lugar mais calmo. Paz mesmo só conseguimos no Golden Temple. O Jony e Marco adoraram, foi um bom lugar para fechar a viagem deles. Era a primeira vez da Bibi ali também  e fomos todos comer no movimentado refeitório do templo. Bandeijão de qualidade, só o Jony que não encarou pois estava meio mal do estomago.

O Golden Temple e fantástico  não e um lugar para ser visitado, é para ser vivido. Sentar na beira da “piscina”, ver o entardecer e aprender mais sobre a cultura local com uma das pessoas que vai acabar parando para bater papo com você.

Nos despedimos dos “Idis”, que pegaram um trem para Agra, onde visitariam o Taj Mahal e voltariam para Delhi, para o voo de volta ao Brasil. No nosso dia de folga fomos tentar conhecer uma região da “Índia rica”, mas a rua tão falada, apesar de lojas internacionais, era imunda e cheia de vacas. Pelo menos a Bibi pode ir num bom salão.

Desde que saímos para viajar, alem da família (que veio), muitos amigos falavam que iriam nos visitar. Muitos gostariam, outros falavam por falar. Mas a Jami, grande amiga nossa, não se importou com uma recém transferência pela empresa para São Paulo, mudança de apartamento, e mesmo assim veio nos encontrar.

Ela nunca tinha feito uma viagem do nosso estilo, muito menos para algum lugar parecido com a Índia (se é que existe). Fizemos questão de busca-la de autorickshaw e foi muito legal ver a cara dela pelo caminho ate a cidade. Desde o inicio ela já quis conhecer as comidinhas, andar pelas ruas secundarias, e tive certeza que seria uma ótima companhia de viagem. Se emocionou no Golden Temple, fez amigos, foi com a Bibi na cerimonia da fronteira (desculpem mas eu sou Jula, Jula Pakistan!haha).

Qualquer viagem pela Índia não esta completa sem uma experiencia com os trens. Pegamos um trem para Jamu, capital de verão do estado Jamu & Caxemira. E chamada de cidade dos templos. Se em Amritsar a religião predominante era dos Sikhs, em Jamu é o Hinduísmo  Na frente dos templos tinham grandes barricadas, com arame farpado e exercito. O clima não era muito amistoso, e recalculando os dias que a Jami ficaria na Índia, decidimos não ficar muito tempo ali. Uma forte tempestade a noite, queda de energia, e trovoes que acordaram a Bibi, achando que eram bombas haha. Demos umas voltas, comemos num gostoso restaurante, e estávamos preparados para encarar a estrada até Srinagar.

Estrada longa, cheia de curvas e temperatura caindo com o passar do tempo e com a subida. Muitos Gujards no caminho, povo pastor nômade, que ocupava parte da estrada com suas criações.

Depois de muitas horas de viagem, entramos num túnel estreito, escuro, com 2,5 km de comprimento. Logo na saída do túnel uma placa: “Bem vindos a Caxemira, o paraíso na terra.” Ao fundo uma vista para o magnifico vale, com arvores, plantações  flores e rios. Espetacular!

Passamos por pequenas vilas, e já observamos mulheres com véu cobrindo o rosto. Agora estávamos em região muçulmana.

Chegando em Srinagar, nosso plano era de ficar num hotel uma noite, para no outro dia bem cedo ir procurar e comparar os barcos-casas do lago Dal. Acontece que os caxemirianos são ótimos negociantes (para o lado deles) e acabamos cedendo de ir conhecer um barco-casa oferecido, e nos demos super bem!

Os barcos de luxo ficam bem perto da avenida, tem bastante barulho, alem de insistentes vendedores passando de shikara (canoa local) oferecendo coisas. O nosso era meio decadente, mas bem acolhedor. Ficamos mais afastados, num lugar tranquilo, para dentro do lago, cercado de flores de lótus.

Ao contrario dos barcos de Aleppey, que navegavam todo o tempo, os de Srinagar ficam ancorados. Para se conhecer o lago e todo o “waterworld” só de shikara. Pensamos em fazer um passeio curto, no máximo de duas horas, mas foi tao legal que nos empolgamos, e ficamos umas cinco horas explorando os canais, passando por mercados flutuantes, as vilas sobre palafitas com o dia a dia sobre as canoas. Um passeio fantástico,  belíssimo !! Existem shikaras simples, mas muitas delas são todas preparadas para passeio, com almofadas e encostos. Tem uma infinidade de shikaras por todo o lado e quase dois mil barcos-casa. A região já foi muito turística  mais devido ha algumas guerras e frequentes conflitos, as pessoas passaram a ter medo de viajar por lá. Este ano teve um boom de turismo, dos próprios indianos, e saiu reportagem ate no NY Times (clique aqui).

flores de lotus

Shikara

Barco casa

equipe!

A Caxemira é mais uma daquelas questões polemicas. Na divisão do subcontinente indiano, os ingleses previam só dois países  um hindu (Índia), outro muçulmano (Paquistão). Nisto Punjab (Sikh) ficou chupando dedo, e Caxemira também  A Caxemira era de maioria muçulmana  mas tinha um Marajá hindu, colocado pelos ingleses. Na época da divisão  ele ia optar pela Índia (talvez até tentaria uma impossível independência), e por isto foi invadido pelo Paquistão  No final da historia ficou 1/3 com o Paquistão e 2/3 com a Índia. No tratado de paz da ONU, teoricamente a população que deveria ser ouvida para definir quem teria direito sobre a Caxemira. Claro que a Índia nunca aceitou esta decisão.

Isto não quer dizer que todo mundo gostaria de ficar com o Paquistão,  muito pelo contrario. Conversando com um estudante universitário  que participa de protestos pacíficos  ele me disse que 70% dos caxemiris querem ser um país independente ( e acreditam que um dia vão conseguir), 25% querem ficar com o Paquistão (a maioria destes são de pequenas vilas) e apenas 5% querem ficar com a Índia (ricos comerciantes de olho na economia indiana).

A Índia está apostando muito na ocupação da Caxemira, e é fácil de ver. Na estrada até lá é muito comum se ver comboios de caminhões com milhares de soldados. Muitos postos de controle e soldados por toda a cidade. Isto quebra um pouco o charme do lugar, mas existem algumas “ilhas” de tranquilidade.

A cidade velha de Srinagar é uma delas. Tranquilidade por causa da ausência do exercito, não pela falta de bagunça  O exercito não vai muito lá, pois os locais se reúnem e jogam pedras neles, e sempre da confusão  muitas vezes tomando grandes dimensões  As ruas são muito estreitas, e as casas possuem uma arquitetura única. Muitas delas com sacadas em madeira toda trabalhada. As mesquitas também tem um estilo próprio  sem minaretes, e com o telhado lembrando estupas budistas. Fomos diversos dias nos perder pelas ruas. As grandes atracões  não tem endereço certo, elas são as cenas do cotidiano. Lojas de especiarias, carneiros sendo pendurados e carneados no meio da rua e por ai vai. Em volta da mesquita principal aquela sensação de que o tempo parou. Diversas pontes cortam a cidade e dão uma vista fantástica para as construções.

Notamos um templo hindu todo cercado por arames, e ao olharmos curiosos por algum tempo, soldados nos convidaram para entrar. Fizeram uma base militar ali. Estrategicamente protegiam o antigo templo, e controlavam uma ponte bem em frente, que dava acesso para o miolo da cidade velha.

Outro grande refugio são os jardins Munghals. Uma dinastia descendente dos mongóis persas, que dominou boa parte do sul da Asia. Existem diversos jardins, todos floridos, muitos deles com vista para as montanhas ou para o lago Dal.

Jardins

Na noite anterior a nossa partida, mudamos os planos. Fomos convidados para um casamento e não poderíamos perder esta oportunidade. Na verdade tiveram três casamentos bem perto da nossa casa- barco. Os casamentos demoram dias, e fomos acompanhando os barcos chegando com as decorações  os mais de 30 carneiros mortos, e todos os vizinhos passando horas preparando a comida. Musica ja de dia, a noiva tendo sua mão pintada com henna, muita comida e festa ate de manha! Bem de madrugada distribuíram cobertores e todos ficaram largados no chão enquanto um homem vestido de mulher fazia um show de musica e dança  brincando e provocando os convidados estilo Nei Matogrosso. Nos divertimos muito quando ele tirou a Jami e a Bibi para dançar!!! Demais! Um grupo de músicos tocou a noite inteira e tinham narguilés por todos os cantos.

os preparativos

A noiva

A festa

Quando madrugamos para pegar transporte a musica ainda estava rolando, e ainda teria mais um dia de festa ate o noivo chegar para buscar a noiva. As festas são separadas.

Sabíamos que a viagem seria longa, mas foi ainda mais demorada que o esperado. No total acho que passou de 17 horas viajando pelos Himalaias, passando pelas milhares de curvas, no topo de altíssimos passes com vistas espetaculares. Paramos em Kargil, cidade bem próxima a linha de controle, onde os paquistaneses invadiram a pouco tempo, mostrando que os milhares e milhares de soldados indianos talvez não estejam tao preparados quanto pensam. Na estrada vários acampamentos do exercito, muitos deles fazendo treinamentos de escalada nas montanhas. Saindo da região da caxemira entramos em Ladak. A paisagem ia ficando mais desértica  pois estávamos cada vez mais altos. As bandeirinhas de orações budistas passaram a aparecer por tudo que ‘e lado, e as vilas estavam cheias de estupas e monges. Paramos em algumas delas, e gostaríamos de ter podido ficar mais tempo por ali. Chegamos já bem tarde em Leh, e por acaso acaso acabamos ficando numa pousada super bacana. Tinha um jardim todo florido com vista para as montanhas de um lado, e para monastérios e fortes do outro.

A caminho de Leh

Leh fica a mais de 3500 metros de altitude. Confesso que devido a dificuldade para chegar, esperava um lugar mais intocado. Sabia da fama do lugar entre os viajantes, mas não esperava tantas lojas uma perto da outra e restaurantes vendendo pizza e comida ocidental. No meio de tudo isto muitas internet cafés. Por outro lado, a energia elétrica faltou com muita frequência  mostrando que ainda existe um certo isolamento.

Chegamos para o ultimo dia do festival de Ladakh, onde teria musica, dança  alem das apresentações com mascaras. A partida de polo tinha sido ha dois dias, e perdemos novamente. O final do festival, mostra o termino da temporada. A partir de agora, pode nevar nos passes mais altos. Os viajantes overland saem as pressas sentido Manali (22 horas de estrada terrível , e era para Leh estar tranquila. Mesmo assim acho que vimos mais turistas do que monges.

Na cidade tem um bonito palácio real, um forte com uma super vista para o vale, alem de uma cidade velha e diversos monastérios  mas o mais interessante mesmo esta nos seus arredores.

Partimos para as montanhas, caminhando entre vales e bonitas formações rochosas, atravessando rios ate a vila de Rumbak. Uma vila de não mais que 12 casas e um monastério  Muitas plantações  yaques, e um grande espirito comunitário  Região muito bonita, um vale realmente especial. Passamos a noite numa das casas, fomos super bem recebidos. Aproveitamos um monte o lugar, mas na hora de seguir viagem fui voto vencido. Seriam mais 8 horas de caminhada, desta vez passando a 5 mil metros de caminhada. Acabamos voltando pelo mesmo caminho, e encontramos um casal de espanhóis viajando com seu filho de 3 anos. Iam fazer um treking de 25 dias!! Já era o oitavo pais que o moleque conhecia, e sempre ia caminhando, com seu óculos espelhado e todo animado. Pra quem acha que não da para viajar com criança ta ai:

Quem disse que não da para viajar com

criança

A tal da Delhi-belly acabou atrapalhando nossos planos. Não conseguimos explorar tanto a região como gostaríamos  mas fizemos o que pudemos. Se tínhamos chegado um dia depois da partida do nosso amigo Koich, por outro lado acabamos encontrando novamente os franceses la do Paquistão.

Depois de tantos meses viajando pela rota da seda (que também passava por aqui), pegamos o primeiro avião  Daria para seguir por terra, mas isto mostrava que o tempo estava acabando, e nossa viagem também  No pequeno aeroporto parecia uma operação de guerra, com centenas de soldados, burocracia e segurança. O voo foi rápido, com uma super vista de montanhas pela janela.

Em Delhi decidimos não ficar no Pahaganj, barulhento “ camelódromo” onde fiquei nas outras viagens. Ficamos no Manju ka tilla, bairro tibetano, um pouco mais afastado mas bem mais calmo.

Como era a primeira vez da Jami em Delhi, fomos em diversos lugares, muitos deles que eu só tinha ido na minha primeira viagem a Índia em 2005. Foi muito legal, ate porque hoje sou uma pessoa diferente, e vejo os mesmos lugares de forma diferente. Sem contar que e muito legal a cara de alguém que esta andando de rickshaw pela primeira vez pelas ruas de Old Delhi. Comemos no indicado restaurante Karim, fomos ver filme em hindi e não demorou ate nos despedirmos da Jami. Ela foi uma super companheira de viagem, pegou bem o espirito da coisa.

old Delhi

Já estava chegando nossa hora também  mas depois de tanto viajar, acho que merecíamos umas ferias da viagem, um pouco de “ descanso”. Se a rota da seda tinha chegado ao fim, tínhamos que pensar em alguma outra coisa…

Jeevay, Jeevay, Pakistan!!

Rawalpindi fica ao lado da moderna capital Islamabad. Rawalpindi é a parte movimentada, viva da cidade. Rodamos os bazares  tentamos visitar o local onde pintam os caminhões  mas estava tudo fechado. Era o ultimo dia de Ramadan. Se todos iam festejar, nos também fomos. Pegamos um autoricksha ate Islamabad. Cidade planejada, com avenidas largas e rápidas  Bem estilo Brasilia. Alguns bairros com muitos casarões mostravam a parte rica do Paquistão  que ainda não tínhamos conhecido. Demoramos um pouco para achar a casa de carnes que procurávamos  mas valeu a pena. Estava muito bom!!! Demos uma volta pelo shopping, que era todo no térreo  todo espalhado. Na volta passamos para ver a mesquita Sha Faisal toda iluminada e pegamos um engarrafamento interminável  Tava todo mundo na rua, tinha iniciado o Eid al-Fitr, feriado depois do Ramadan, onde se come durante dias!

Cabine do caminhao

Mesquita sha Faisal

Ficamos receosos de não conseguir transporte para Lahore neste período  mas acabou dando tudo certo. Não foi com a melhor companhia de ônibus  mas na beira da estrada conseguimos parar para comer alguma coisa. A estrada não era boa, era excelente, mas o calor estava infernal. Para ajudar, nada de ar condicionado nem das janelas abrirem. Chegamos fácil no hotel que pretendíamos ficar, mas era um pulgueiro. A segunda opção estava fechada e depois de bater bastante a cabeça  acabamos apelando para o “eu mereço . Pegamos um hotel bom, numa região mais tranquila, e que acabou nem saindo tao caro. Ok, para os preços que estávamos pagando era caro, mas em reais ainda era bem barato. Se para mim o “eu mereço”  não cola, o “paguei para minha tranquilidade” me consola haha!!! Acabou sendo um refugio. Tava muito quente, e com o feriado, as ruas estavam lotadas. Fomos no belo forte da cidade, na imponente mesquita Badshahi. Falamos com muitas pessoas, e tiraram bastante fotos de nos. Chegamos perto da mesquita Wazir Khan, no meio de uma confusão com autorickshas, carros, cavalo, camelo e crianças brincando e muitos vendedores. Musica alta, buzinas, um verdadeiro caos. Todos queriam correr para o hotel, mas ainda me acompanharam para ver a decadente, mas muito bonita mesquita. Também nos surpreendeu o numero de igrejas em Lahore. Muitos cristãos vieram farar com a gente e dizem ter uma vida super tranquila. O conflito entre Sunistas e Xiitas e bem maior que o de Muçulmanos e Cristãos   Em Lahore tem o bairro descolado de Gulberg, que no fim das contas acabamos não indo, mas quem quer um restaurante tipico simples mas muito bom, recomendamos o Tabaq, que passou no teste com louvor!!!

Forte de Lahore

Mesquita Badshahi

mesquita Wazir Khan

Um programa que nao podia faltar era ver a retirada da bandeira na fronteira com a India. Eu e o Marco compramos camisetas da seleção de cricket especialmente para a ocasião  A fronteira não fica longe, mas com o feriado tava todo muno na rua, então demorou bastante. Chegamos e as arquibancadas estavam lotadas. Homens para a direita, mulheres para a esquerda. Como estrangeiros teríamos acesso a tribuna de honra. Entramos pela rua, entre as arquibancadas, como se fosse uma passarela. Quando fomos notados a multidão foi se levantando, todos com sorrisos no rosto, gritavam aleatoriamente e tiravam fotos. Quase simultaneamente o Marco tascou um beijo na camiseta do Paquistão e eu acenei para a galera levantar. O barulho foi ensurdecedor, parecia um gol na final de campeonato. AaaAAAAAHHHHH!!!! Com o braco para cima e punhos cerrados, puxamos um Pakistan, Pakistan que ecoou por minutos. Os indianos do outro lado do portão não entendiam o que estava acontecendo, pois o show ainda não tinha começado  Logo vieram os “Pakistan, zindabad!” (vida longa ao Paquistão).

Torcida masculina

Torcida feminina

Logo iniciou o desfile, os gritos e provocações. Ano passado tinha visto do lado indiano da fronteira (Clique aqui), e comentei que estava chateado de não seguir por terra para o Paquistão e Ira. Mal eu imaginava que faria o caminho contrario (na verdade um pouco mais longo) e colocaria estes dois países na lista dos meus favoritos. Se na India achei o show um pouco longo, este participamos como verdadeiros paquistaneses. As diferenças do show em si são bem pequenas. Basicamente do lado indiano tem danças  e no paquistanês animadores de torcida e tambores. Com o final da cerimonia, filas de pessoas se formaram para falar conosco e tirar fotos. Fomos celebridades muito simpáticas e atenciosas, atendendo a cada pedido. Só os pedidos de homens tirarem fotos com a Bibi eram negados. Eu sempre falava rindo, vocês deixariam eu tirar fotos com a tua mulher, irma ou mãe haha?! O guarda teve que pedir para sairmos, pois só estávamos nos e nossos “fãs”. No caminho ate o carro a cena se  repetiu dezenas de vezes, e famílias inteiras pediam para tirar fotos. Com o feriado muitas pessoas de pequenas vilas ou cidades distantes estavam ali. Encontramos com os franceses e acabamos indo jantar juntos. Tivemos discussões calorosas sobre o respeito a cultura local e diferenças entre ocidente e oriente.

Pakistan!

Volta para Lahore

posamos para fotos e mais fotos

Na manha seguinte acordamos cedo e fomos para a mesma fronteira. Desta vez não para ver nada, mas para atravessar para a India. Não tinha uma alma, estava completamente vazia. Isto não fez com que o processo fosse agilizado. No balcão um jornal dizia que três soldados paquistaneses tinham sido mortos sem motivo em uma das fronteiras com a India. A relação entre os dois países realmente não e nada amigável  Caminhamos entre as arquibancadas vazias, nos despedimos de soldados que participaram da cerimonia no dia anterior, mas que estavam cumprindo o dever naquele dia. Do outro lado já não foi mais rápido   Não que tenha demorado um monte, mas não tinha ninguém, poderia ter sido mais rápido  Saindo da imigração ofereceram uma cerveja e o Marco aceitou, pois estava ha um mês sem beber nada . Na verdade em Lahore um senhor deu alguns copos de wiskey (ilegal, portanto caríssimo  para ele depois de um papo rápido na rua. O rapaz da cerveja voltou, e cobrou três vezes o preço oficial marcado na garrafa. Caiu a ficha, estávamos na India!