Togo, despedida do Oeste da África

Confesso que não tinha grandes expectativas do Togo. Desde o inicio da programação da viagem, não imaginava explorar o interior, só os pouco menos de 60 quilômetros de costa deste pequeno país. Foi muito bom, pude conhecer com calma e digerir as experiencias tão intensas que tive até ali. Nestas horas, sem grandes planos, acabamos nos surpreendendo, e curtindo momentos simples, aqueles que não podem ser planejados.

As fronteiras pouco importam nesta região, onde povos são separados por linhas imaginarias. Grande parte do “Togo histórico” se é que se pode falar desta maneira, acabou fazendo parte de Ghana. Apesar de ter sido um protetorado alemão (1884) durante um período, pouco resta desta época e a língua colonial mais falada é o francês, já que a França assumiu o controle da região após a primeira guerra.

Minha primeira parada foi em Aného, pertinho da fronteira com o Benim, onde buscava a herança cultural dos escravos que voltaram do Brasil para lá. Assim como os Tabom (Ghana) e Agudás (Benim), também tiveram escravos libertos que se fixaram no Togo, e a cidade era apontada como um grande centro cultural deles. Pouco sobrou da antiga cidade protetorado alemão, no máximo uma ou outra construção colonial, a maioria bem decadente. Havia ouvido falar que até a cor das pessoas seria um pouco mais clara, devido ao “abrasileiramento”. Grande besteira. Quem já viajou pela África sabe que os tons de negro são infinitos e impossíveis de se classificar. Verdade é que não existe uma raça negra, nem fenótipa nem genótipa. Existe uma herança (multi) cultural africana, e só isto. A eugenia tentou em vão criar diferenças e padrões, mas sempre fracassou. Estudos mostram uma variabilidade genética maior entre os próprios grupos de indivíduos do que fora deles. Raça não existe, fato.

O povo Ewe, predominante na região, é amenista e crente nas praticas do Vudum. Muito rico culturalmente, colorido e bastante musical, fez minha estada na região ter sido muito agradável, apesar de não ter passado por grandes atrações.

Lago Togo

Lago Togo, com a histórica Togoville ao fundo

Acabei usando a capital, Lomé, como base, e as curtas distancias facilitaram bastante para eu explorar a região. Um curto táxi comunitário e eu estava em Agbodrafo, a antiga “Porto Seguro” na época dos portugueses. Lá tem um pequeno forte escravocrata, mas meu interesse maior era no sentido oposto ao litoral. Poucos quilômetros dali, por estradas de terra, cheguei no Lac Togo. Parecia a forma mais fácil de chegar até a histórica Togoville, mas não sem muita negociação. Canoas partiam sentido a pequena vila, todas carregadas com os mais diversos produtos, desde saco de alimentos até motocicletas. Mas pareciam não querer levar estrangeiros, pelo menos não pelo preço dos locais. Me passaram o preço que um grande hotel ali perto cobra, para um barco particular. Me surpreendi um pouco, pois no ultimo mês estava viajando por diversos países e nunca tentaram me enganar no preço do transporte. Nada de me revoltar, com um sorriso no rosto, apertos de mãos longos, piadas e abraços consegui derrubar o preço, mas não consegui pagar o justo. Com o turismo, existe uma certa crença que os mais ricos tem que dar dinheiro para os mais pobres. Não que esteja completamente errado, mas eu viajando de forma simples que estava, acabava me sentindo um pouco excluído. De qualquer forma, depois de bastante negociação, acabei cedendo e pensando que estava contribuindo um pouco com a região.

Togoville

Togoville

Redes de pesca no Lago Togo

Redes de pesca no Lago Togo

Pescadores

Pescadores

Pescadores recolhiam as redes, canoas navegavam lentamente quando pude avistar ao longe a torre da igreja. No meio de tantas capelas de Vudum se destaca uma grande catedral, que marca o lugar onde dizem que a virgem Maria apareceu nos anos 70.

Uma cidadezinha calma, com pescadores deitados na beira do lago, alguns comerciantes expondo mercadorias e uma ou outra pessoa na rua. A lotérica era o lugar mais movimentado e um bar/ restaurante o mais barulhento, apesar de poucos clientes. Crianças brincavam de bicicleta, jogavam bola e corriam com rodas. Uma ou outra gritava “Yovo” (homem branco) para mim e saia correndo dando risada.

Passei pela Mansão real, pela Catedral, capelas de vudum e pelo “Memorial”onde foi assinado o tratado com os alemães. Apesar do apelo turístico da região, não pareciam se importar muito com minha presença por ali. Fiz alguns amigos no pequeno mercado de rua e consegui um motorista para me levar de moto até Vogan, uma cidadezinha a alguns quilômetros dali, onde tem um grande mercado nas sextas-feiras. Não havia planejado, mas estava com sorte!

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No caminho, aquele clima rural, cenário de interior. Rápida parada para abastecer, num lugar que vendiam gasolina em garrafas de vidro de um litro. Notei quando nos aproximávamos de Vogan pela quantidade de mulheres com seus cestos na cabeça, e roupas coloridas, voltando das compras.

Abastecendo

Abastecendo

Movimento

Movimento em dia de mercado

É um grande mercado, onde se vende de tudo. Roupas, comidas, animais alem de qualquer coisa que possa precisar no dia a dia. Fora comida, e talvez um tecido ou outro, nada que eu quisesse comprar, mas ótimo lugar para observar as pessoas e o dia a dia. Um pouco de voyeurismo eu confesso. Para aliviar o calor, nada melhor que uma água de coco, que custava 70 CFA, algo em torno de 0,10 Eur.

Vogan

Vogan

Vogan

Vogan

Cores

Cores

Para sair de um grande mercado destes claro que só num carro superlotado. Fui no banco da frente dividindo com uma “Mama”. O carro quebrou, furou pneu, mas nada que eu não estivesse esperando, nem demorou tento assim para eu voltar para Lomé.

Estava hospedado num hotel na região de China Town, atras do palácio presidencial. Os quartos eram bem ruinzinhos, mas tinha um restaurante popular entre os expatriados, onde tinha até banda alguns dias a noite. Para comer eu preferia caminhar umas quadras dali, onde ficavam os restaurante libaneses, bem mais baratos. As comidas de rua sempre estava a disposição também!

Catedral Lomá

Catedral Lomé

A praia, alem de suja, é um local considerado perigoso, portanto eu apenas passava (não aproveitava), a caminho do hotel. Caminhei bastante pelo centro, explorei vários cantinhos do Grand Marché e o mercado de artesanatos. Mas eu estava mesmo sonhando em conhecer o Mercado Akodessewa, conhecido como “Marché des Féticheurs”, o Mercado da Feitiçaria. Como fica mais afastado é só parar uma das motos e acertar o preço. Acabei tendo sorte e um cara bem bacana me levou. Em vez de somente me deixar lá acabou me acompanhando e ficou meu amigo. Ele estava desempregado e tinha tempo livre. Aproveitava para aprender um pouco de inglês, mas ainda estava bem no inicio. Rodamos um pouco pelo mercado antes de achar a seção de feitiçarias. Dentre mantimentos e animais vivos, um pequeno gato me chamou a atenção. É para comer eu perguntei um pouco sem jeito. Claro espondeu a vendedora, com cara de “para que mais seria”. Todo mundo já comeu “filé miau”, mas ir comprar assim é um pouco estranho.

Filé Miau

Filé Miau

A seção de feitiçaria foi um pouco decepcionante, pelo menos para quem tem um espírito de viajante independente. Já na entrada tem uma placa onde mostra o preço da entrada e o valor que você precisa pagar para tirar fotos. O lugar não foi montado para o turista, ele está lá e vendem mercadorias para todo o Oeste da África, só aproveitaram a possibilidade para ganhar um extra. Você pode ter um tour onde vão te explicar a utilização de cada produto, tirar duvidas e até ter uma consulta. Tudo isto no meio de crânios de macacos, cascos de tartarugas, dentes, asas de morcego, garras de diversos animais e por aí vai.

Feitiçaria

Feitiçaria

Vudum

Vudum

Compras

Compras

Loja

Loja

Vale a pena, mas não deixa de ser um daqueles famosos pega-turista. Com certeza é possível ter experiencias bem mais autenticas com o Vudum em outros lugares, mas talvez as fotos não fiquem tão boas como ali.

Consultas

Consultas

Mercado Feitiçaria

Mercado Feitiçaria

Alguma encomenda?

Alguma encomenda?

Lomé é pequena para uma capital e muito fácil de se orientar. Dali eu iria até Accra, Ghana, para pegar o voo para o Brasil. Interessante que a fronteira Togo-Ghana fica nos limites da cidade, muito perto do centro. Minha estadia por  ali foi um período nostálgico, onde eu tive um certo tempo livre. Tomando cerveja ou comendo num restaurante eu ficava relembrando esta incrível viagem pelo Oeste da Africa.  Ernest Hemingway não poderia estar mais certo quando disse:

“Não me lembro de uma manhã na África em que eu acordei e não estivesse feliz”

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As cores e dores do Benim

O Benim é um pequeno país no Oeste da África que possui laços fortíssimos com o Brasil. Durante alguns seculos o então reinado de Dahomey controlou a região, participando no riquíssimo comercio de ouro. Com a descoberta do “Novo Mundo”, o trafico de escravos aumentou consideravelmente, e  foi muito lucrativo durante seculos. Um brasileiro de Salvador, filho de um português com uma escrava, foi amado e odiado na região. Em certo momento da história, Francisco Felix de Souza, fez um pacto de sangue com o rei de Dahomey e conseguiu praticamente exclusividade no mercado de escravos. Foi responsável pelo terrível ato de financiar a captura e enviar milhares de escravos para o Brasil. Conflitantemente com esta pratica, passou a ser uma pessoa munto respeitada pelos escravos que voltaram do Brasil para o Benim depois de livres. Eles tinham adquirido uma cultura brasileira/portuguesa, então o Francisco Felix de Souza não deixava de ser uma referencia e um bom contato na terra estranha que um dia foi lar de seus antepassados.

Se alguns poucos escravos trouxeram cultura quando voltavam para o Benim, o mesmo aconteceu quando milhares foram levados para a America (12 milhões de toda a África).  Em toda esta região do Oeste da África existe um culto muito forte aos antepassados, lendas, lugares sagrados e entidades, as quais chamam de Vudum (Espíritos). Ao ser “exportado” acabou sofrendo pequenas adaptações mas continua sendo a base do Voodoo no Haiti, da Santeria em Cuba e Umbanda e Candomblé no Brasil.

Eu atravessei a fronteira Niger-Benim de motocicleta. Já passava das duas horas da tarde e os oficiais pareciam entediados. Algumas mulheres assumiram o controle e inspecionaram meu passaporte. Não encontravam o numero de serie do visto que buscavam,  aproveitaram para brincar comigo e se ofereceram para ver se eu não queria leva-las para o Brasil. Depois de algumas rizadas, dados da minha viagem anotados, fui liberado. Um senhor veio correndo me oferecer transporte. “Ultimo lugar, vamos sair agora!”. Seria bom demais para ser verdade, pois os transportes normalmente partem cedo. Eu tinha a ambição de no máximo chegar até Parakou naquele dia, metade do caminho até a costa. Mas não, ele dizia que os outros lugares já estavam tomados e eu poderia seguir até a capital, Porto Novo, ou Cotonou, centro econômico. Dei uma sondada no preço, para ver se estavam me cobrando o valor correto(sempre cobraram o valor correto no Oeste da Africa) e fui procurar o meu lugar. Era um carro pequeno, mas com duas fileiras de bancos atrás. Iria o motorista e outras dez pessoas. Eu fiquei feliz quando me deram o lugar ao lado do motorista, dividindo com só mais um passageiro, eu na janela. Não demorei muito para perceber que não era o mais confortável. Para cabermos, tive que ficar com a janela aberta o tempo todo, com o braço para fora, quase debruçado,  para sobrar um pouco de espaço. Quando começou a chover eu tentei fechar a janela mas fui repreendido. O espaço era mais valorizado, mesmo que ficássemos molhados.

12 pessoas? Só com a janela aberta ;)

11 pessoas? Só com a janela aberta 😉

Se não mentiram no preço, mentiram no tempo da viagem que acabou sendo muito, mas muito mais demorada que o esperado. Chegamos em Parakou já tarde da noite. Uma longa parada para jantar, carregar o topo do carro com tudo quanto é mercadoria possível. Aproveitei para conversar com os outros passageiros. Todos Nigerinos, que estavam indo tentar a sorte no Benim. Alguns trabalhariam no porto, outros tinham sido contratados para levar carros de volta para o Niger. Na feira noturna, enquanto comíamos começou a tocar uma musica de Guiné-Bissau. Era creole, mas tinham muitas palavras em português e eu comecei a cantarolar. Todos ficaram impressionados como eu conhecia uma musica de Guiná-Bissau (eu não conhecia) e queriam saber se eu já tinha morado lá. Eu brincava que tinha nascido lá e nos divertimos bastante.

Já era tarde, eu cheguei a cogitar a ideia de buscar um hotel, mas o acordado era  percorrer o trajeto todo, portanto não me devolveriam parte do valor da passagem. Antes de viajar, no meu plano original, de Parakou eu iria para o noroeste do país, para explorar a região de Natitingou, onde está a tribo Tata-Somba, com suas casas de barro em formatos tipicos, patrimônio da Unesco. No entanto, eu havia prolongado minha estadia no Niger quando decidi  ir até Agadez, então estava com o itinerário um pouco mais apertado. Fica para a próxima! Apesar do cansaço, eu ganharia um pouco de tempo por viajar a noite, apesar de perder a paisagem. Decidi seguir viagem mesmo.

Foi uma viagem dura, não dormi quase nada. Na entrada de cada vilarejo tinha uma corda ou um bambu com um latão na ponta trancando a estrada. O motorista pagava um pedágio e arrastavam lentamente o latão para passarmos. A cena se repetiu dezenas de vezes. Mas algumas paradas para trocar mercadorias, fazer entregas e já amanhecia quando chegamos em Porto Novo. Eu queria conhecer a capital, mesmo não tendo grandes atrativos, diziam ser bonita por estar espalhada por colinas na beira do lago Nokoué. Mas a chuva não parecia que ia parar, então me contentei em admirar as decadentes casas coloniais francesas e a pacata cidade despertar pela janela do carro superlotado. Dali até Cotonou é um pulo, são cidades praticamente interligadas. Tomei um bom café da manhã, e me despedi dos meus companheiros de viagem. Cotonou é uma cidade barulhenta, suja e perigosa, não é o tipo de lugar que se pode dar bobeira. Dali eu queria ir até Ganvie, uma grande vila só de casas sobre palafitas. Foi a forma que a população encontrou para fugir dos traficantes de escravos. Mas o problema é que com aquela chuva forte não seria uma experiencia nada agradável, pois a unica forma de chegar lá é de canoa.

Não tive outra opção a não ser pegar um táxi coletivo até a histórica Ouidah, patrimônio da Unesco. Foi a decisão certa. Fica a apenas 40 quilômetros de Cotonou mas um mundo a parte. Cara de cidade do interior, vida calma e cultura fortíssima, pois ali é o centro do Vudun. Depois que já estava instalado no hotel a chuva até parou! O nome da cidade Ouidah, vem do português, “Ajuda”. A região tem muitas coisas interessantes. No forte português São João Batista,  hoje funciona um museu, e tem até placa escrito em português.

Forte São João

Forte São João Baptista de Ajudá

Placa em inglês, francês e português

Placa em inglês, francês e português

Forte

Forte

Herança portuguesa

Herança portuguesa

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Existe uma floresta sagrada, onde dizem que um chefe Kpasse se transformou em uma arvore para fugir dos inimigos. Lá também  estão diversas estatuas de entidades do Vudun e da para aprender bastante e sentir o clima do lugar. Mas se quiser só passear pela cidade já vai avistar bandeiras, santuários e oferendas do Vudun, pois estão por todos os cantos.

Floresta Sagrada Benim

Floresta Sagrada

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Templo Vudun

Templo Vudun

Explorando Ouidah

Explorando Ouidah

Locais de culto espalhados pela por Ouidah

Locais de culto espalhados por Ouidah

Um dos locais mais famosos da cidade é o “Templo da Serpente”. Um lugar sagrado  onde cultuavam as cobras mas hoje se transformou mais em um “Tourist-Trap”, o famoso pega turista. Tudo bem que é legal você conhecer um templo com dezenas de cobras, no maior estilo Indiana Jones, mas o pessoal vai estar mesmo é querendo colocar uma cobra no teu pescoço para ganhar uns trocados.

Indiana Jones ou "pega turista"?

Indiana Jones ou “pega turista”?

Já que que a foto "está no preço", fica de recordação

Já que que a foto “está no preço”, fica de recordação

Não muito longe dali fica a Casa do Brasil, que é interessante, apesar de bem pobrezinha. Dentre diferentes objetos existem placas com as listas das famílias de escravos que ao ficarem livres voltaram do Brasil para o Benim, os chamados Agudás. Seus descendentes vivem até hoje lá, e incorporaram varias palavras  portuguesas em seu vocabulário.

Casa Brasil Benin

Casa Brasil

Agudas, famílias de escravos livres

Agudas, famílias de escravos livres

Em frente à imponente basílica de Ouidah tem um pequeno museu de Voodoo com esculturas de diversos lugares do mundo. Me diverti vendo futebol no final de tarde e tomando cerveja barata a noite.

Basílica Ouidah

Basílica Ouidah

Iemanja!

Iemanjá! Muitas entidades tem os mesmos nomes utilizados no Brasil

Escultura em uma arvore no centro de Ouidah

Escultura em uma arvore no centro de Ouidah

Futebol em um final de tarde

Futebol em um final de tarde

Os lugares mais marcantes da região ficam nos arredores da cidade, poucos quilômetros do centro. É possível percorrer a “Rota dos Escravos”, caminho que os escravos faziam da cidade até a praia onde embarcavam para as Américas. São uns 4 quilômetros de caminhada,  onde se pode aprender muito, alem de refletir como o absurdo da escravidão poderia ser legalizada. Tem uma arvore onde eram obrigados a dar varias voltas para esquecerem suas origens. Na beira da praia um portal que funciona como memorial, o “Ponto do não retorno”, com figuras bem marcantes desenhadas. É um clima muito pesado, difícil não pensar nas atrocidades cometidas ali. Mas um memorial serve para isto, para nunca esquecerem do que se passou ali.

Rota dos escravos

Rota dos escravos

Ponto do não retorno

Ponto do não retorno

Alguns hotéis e uma praia agradável, mas sem a “vida” da cidade. Sempre é possível encontrar um pequeno restaurante local para comer uma comidinha caseira e bater papo. O futebol também rolava por ali com frequência. Deixei para curtir praia no meu próximo destino, Grand Popo, já bem pertinho da fronteira com o Togo.

Pescadores

Pescadores em Grand Popo

Mulheres esperando os pescadores

Mulheres esperando os pescadores em Grand Popo

Grand Popo também fica pertinho. O litoral do Benim é minusculo, então é bem fácil de se locomover. Sobrou pouco deste antigo porto  de escravos. A maior parte das casas coloniais foi derrubada pelo mar, e o que sustenta o lugar é uma base naval, a pesca e o turismo. Diversas pousadas onde o pessoal fica de bobeira depois de longas viagens pelo Oste da Africa. Muitos expatriados utilizam apraia para descansar do dia a dia também. Mas isto não significa que estava cheio do turistas. Vi só uma meia duzia, mas existem muitas pousadas sendo construídas, então parece ser um negocio promissor.

Praia

Praia e cores

Pescadores

Pescadores

Pescadores

Vila de pescadores ganeses

Praia

Praia

Um lugar colorido. Mar verde, praias douradas e roupas e redes de pesca de diversas cores. Peixe e cerveja muito baratos se não comer nas pousadas. Eu sempre ia fuçando para encontrar novos lugares. A maior parte dos pescadores da região são de Ghana, e atravessam todo o litoral de Togo para tentar a sorte no Benim. Alguns tem licença para a pesca em trazem toda a família, outros vem ilegal. Ficavam muito felizes quando eu oferecia para as mulheres deles cozinharem para mim, um trocado extra no orçamento.

Dei uma recarregada na energia nos dias que fiquei ali. Descansei, tomei banho de mar, escrevi e li bastante e interagi como pude, já que não consigo ficar muito parado. Logo eu estava na beira da estrada, pronto para pegar uma moto e percorrer os poucos quilômetros até a fronteira com o Togo.