Lake Niassa

O Lago Malawi era chamado originalmente de lago Niassa, nome que até hoje é utilizado no Moçambique e Tanzânia. Este país ficou famoso quando a Madona tentou adotar uma criança de la. Alias, criança é o que não falta. Existia uma taxa de mortalidade altíssima, e nos últimos anos, tem melhorado muito (ainda é  terrível). Isto esta fazendo com que a população infantil aumente consideravelmente. Mesmo com todos estes avanços, ainda morre uma criança a cada 30 segundos só de malária no país.

Pegamos o barco que era para demorar não mais que 40 horas para ir ate Monkey Bay, mas acabou demorando bem mais. Até Likoma Island fomos no deck, topo do barco, pois tava muito lotado. La ficamos trocando figurinhas com outros mochileiros. Daria ate para montar a barraca, mas com um céu lindo, e lua cheia, não tinha porque. Só o saco de dormir era mais que suficiente. Percebemos que todas as paradas não tinham porto. Vinham barcos pegar os passageiros e mercadorias. Muitos galoes e madeiras era simplesmente jogados no lago para que as ondas levassem para a costa. Muito lento os descarregamentos, o que atrasou bastante a viagem. Depois de Likoma Island fomos de segunda classe. Dois longos bancos com uma mesa no meio. Como ficou vazio, cada um ficou com seu próprio banco. Muito bom para dormir, ler, passar o tempo. Bem mais fácil de interagir. Encontrei umas pessoas que falavam português, pois o barco chegou a parar para desembarque no lado de Moçambique. Brincamos com algumas crianças ao lado que nos ensinaram um pouco de swahili. Passamos a frequentar o restaurante da terceira classe, e conquistamos a amizade de muita gente com isto, alem de economizar uma grana, e comer muito mais.

Lua Cheia no Deck

Lua Cheia no Deck

Onde esta Wally?

Onde esta Wally?

Por de sol 2nd classe

Por de sol 2nd classe

Carga e descarga

Carga e descarga

Em Monkey Bay teve um controle de imigração inesperado, e queriam que eu pagasse por uma extensão do visto (que não era necessária). Dormimos no barco atracado, e o oficial ficou com meu passaporte. No dia seguinte cedo, depois de muita conversa me safei. Depois de toda hospitalidade, nunca imaginávamos encontrar corrupção aqui, mas o Graham teve que pagar uma grana para se livrar por ter apresentado o passaporte errado. De Monkey Bay fomos na caçamba de uma caminhonete para Cape Mc Clear, antiga Meca mochileira. Com todos os problemas econômicos do Zimbabwe, está meio abandonado, e a rota da Zâmbia está mais popular, indo para Nikata. O lugar é super tranquilo, vilas de pescadores, lago tranquilo com montanhas, ilhas, super visual. Encontrei um casal da Africa do Sul que já tinha encontrado na Botsuana e na Zâmbia. Eles vão ate a Etiópia, então tem chance de encontrarmos de novo. Sai para andar pelas vilas, bater papo com o pessoal local. Recebemos convite para dormir numa sala onde apresentam os filmes na vila. Sempre primeiro um americano, depois um musical e depois um nigeriano.

Fiquei amigo de um cara, Steve, que me convidou para jantar na casa dele. Claro que sendo um lugar muito pobre, dei uma grana para ele comprar peixe, arroz. Ele tinha pato e “polenta” (sima). Convidei o Grahan e 2 alemães que passaram a viajar com a gente desde o barco. Foi muito legal, intercambio cultural mesmo. Todos muito empolgados com nossa presença. Comida foi preparada no chão, na parte de fora da casa, enquanto ficamos na pequena sala escutando musica e conversando. Dava para ver a felicidade dos filhos dele, com aquele super jantar, que com certeza não era comum.

Steve e familia

Steve e familia

Cape Mclear

Cape Mclear

(Malawi) KFC

(Malawi) KFC

Algumas caçambas e micro-ônibus depois, estávamos saindo do Malawi, sentido Moçambique.