Confesso que não tinha planos de viajar para o Canadá tão cedo, mesmo sabendo das belezas naturais do país. Mas meus pais tinham um sonho de fazer uma viagem de Motor Home toda a família junta e não foi difícil de aceitar 😉
Viajamos antes para a parte leste, eu a Bibi e meus país, e percorremos Toronto, Niagara Falls, Tousand Islands e Montreal. Quase 1000 km em um carro alugado.
Em Toronto, o que mais gostamos foi o Kensington Marquet, que fica perto de Chinatown. Inicialmente uma região de imigrantes do leste europeu, hoje bastante ocupada por portugueses e neo-hippies. Um taxista canadense tentou nos falar que lá era lugar de drogados, jovens e imigrantes, tentando nos desanimar. Adoramos o lugar, cheio de brexós, arte de rua, pequenas confeitarias, lojas, todas com estilo. Tinha um pub tocando um bom e velho rock e paramos para tomar uma cerveja e curtir o lugar. Voltamos lá para nos abastecer de comidas, frutas, queijos para a viagem do dia seguinte.
- rock&rol
- Royal ontario museum
- Casas coloridas KM
- CN Tower
- Arquitetura moderna x antiga
As famosas cataratas de Niagara foram nossa próxima parada. Muito bonito o que a natureza fez, mas não se pode falar do que os homens fizeram ao lado. Cheia de hotéis, uma poluição visual gigante. Me surpreendeu de não precisar pagar para entrar. Para curtir tem que olhar numa só direção, e esquecer o que está ao lado.
Nossa piada preferida quando estávamos indo para as Thousand Islands era que pediríamos uma salada com molho local. Diz a lenda que a receita foi inventada em uma das mansões das quase duas mil ilhas que ficam na fronteira dos USA e Canadá. Fizemos um passeio de barco pela região para conhecer as ilhas, mas o tempo não ajudou. De qualquer forma todas as estradas secundárias e cidadezinhas ao lado do rio são muito charmosas e ótimas para um piquenique. Dormimos em uma pousada na pequena cidade de Ananoque. Bela cidadezinha!
Montreal é uma daquelas cidades grandes agradáveis. Mas achei que forçam demais o lado europeu dela, apesar de ter uma ou outra referência. Quando fomos na Basílica de São José estavam tocando um órgão que produzia sons com sinos de diferentes tamanhos, muito bacana. Mas o show (literalmente) ficou mesmo com o festival de Jazz que estava acontecendo. Os artistas de Mali Amadou & Marian fizeram que o pessoal esquecesse que estava chovendo e pulasse sem parar.
- Sinos Mont Royal, Basilica São José
- Montreal Jazz festival
- Catedral
- Prefeitura
Voamos para Vancouver, onde encontramos minha irmã Pati, cunhado Nuno e sobrinhos, Pedro e Luiza. Minha outra irmã/cunhado (Gi/Dan) que moram em Londres não puderam ir desta vez, e fizeram falta.
- Toten
- Vancuver
- Chinatown
Depois de rodar a cidade com montanhas de pano de fundo, repetimos a dose da Tailândia (onde andamos de bicicleta por Sukothai), pedalando em família pelo parque Stanley entre totens e jardins.
Existem muitos imigrantes morando no Canadá. O Canadá é uma terra de oportunidades, incentivam trabalhadores de diversas categorias a emigrar para lá. Sei que foi muito divertido encontrar indianos de Punjab e falar para eles que havíamos ido para o Golden Temple duas vezes, discutir sobre a história do Guru Nanak e sobre o Sikhismo (religião deles). Um paquistanês disse que conhecemos mais do país dele do que ele mesmo. Mesmo discurso de um marroquino que pouco viajou pelo seu país. Agora quem ficou chocado foi um curdo, quando soube que eu tinha visitado sua cidade natal no norte do Iraque. Nos olhava incrédulo e queria saber mais sobre o que fomos fazer lá.
Pegamos um carro, atravessamos de ferry, e fomos para a ilha Vancouver, fazendo algumas paradas como em Chemainus, com seus painéis, até chegar na simpática Victória. Cidade gostosa, clima mais de interior, com um museu incrível (Royal BC Museum) e o famoso Butchart Gardens. Muitos hidro aviões subindo e descendo e barcos para fotografar as Orcas. Ainda visitamos um amigo de um amigo que nos recebeu super bem. Seu filho mora no Laos com uma Uzbeque e estavam visitando os pais, então papo não faltou.
- ferry
- Painéis Chemainus
- Victoria
- Gardens
Voltando para Vancouver a Bibi me perguntou o que eu estava achando da viagem até ali. Como sempre, usei uma das minhas histórias com duplo sentido.
Disse: “É como ir num cinema super moderno, assistir uma comédia romântica”. Você vai se divertir, ser bem atendido, comer bem, mas no futuro vai mais se lembrar da companhia do que do filme e dos serviços” (risos).
Mas está viagem teria uma experiência nova. De Vancouver alugamos dois Motor Home e seguimos sentido Montanhas Rochosas. A primeira parada foi em Salmon Arm, em um camping na frente de um lago. Precisava ver a alegria do meu sobrinho cortando lenha (comprada na recepção) para fazer fogo. Estávamos ainda entendendo todos os “esquemas” dos Motor Home, mas tudo dava certo no final. Apesar do verão, de noite esfriou bastante, mas era só ligar o aquecimento para em instantes estar tudo ok. Com banho garantido, não precisar arrumar mochila, a Bibi passou a gostar bastante da brincadeira também.
- Primeira parada: poucos metros do lago
- Salmon Arm
- offroad
- Chegando nas montanhas
Logo estávamos chegando nas Montanhas Rochosas propriamente ditas. O Lake Louise, o mais famoso cartão postal de Banff foi nossa porta de entrada. Lindo, não é um cartão postal, é uma pintura. O problema é que tem que olhar numa só direção, pois ao redor já tem hotel, estacionamento (…) já perde bastante a graça e a autenticidade do lugar. Se não tivessem matado todos os índios, quem sabe ainda teria um pequeno aspecto cultural por ali. Mas não sobrou nada, apenas algumas referências nas placas explicativas dos parques. Quase todos nós achamos o outro lago que fica ali perto, o Moraine, mais bonito. O fato de estarmos com dois Motor Home ajudou, pois para subir estas montanhas utilizávamos somente o pequeno, que facilitava para estacionar.
Dormimos perto do Jhonston Canyon, num camping bem simples na Bow Valley Parkway, estrada secundária que liga o Lake Louise até Banff. Muito bonita, calma, dava vontade de estar com uma bicicleta. Toda esta área das Montanhas Rochosas tem diversas trilhas, lagos cachoeiras. Dá para gastar um tempo explorando a região. Banff é uma cidade gostosa, centro deste parque nacional, que recebe 5 milhões de turistas todo ano (mais que o numero de turistas estrangeiros no Brasil). Ficamos num camping belíssimo e super bem estruturado, com vista para as montanhas.
- Lago Victoria
- Banff
Mas a estrada tira o folego mesmo mais ao norte, a caminho de Jasper, quando é chamada de Icefilds Parkway. Diversas opções de paradas, para curtir o visual, fazer trilhas e tomar banho nos lagos de desgelo. Eu, o Nuno e o Pedrinho encaramos água gelada, que estava de doer!! Com uma vista tão bonita ao longo da estrada, não tem por que ir rápido. O trajeto de Banff até Jasper pode ser completado em 3 horas, mas acabamos dormindo pelo caminho. Um dos campings menos estruturados que ficamos, não tinha ninguém para atender. Colocava o dinheiro num envelope com número, e o número no Motor Home. No meio do mato, com montanhas iluminadas pelo pôr do sol e um rio de desgelo passando ao lado. Vimos um pequeno lince que gerou uma empolgação geral. Mas olhando as fotos com zoo estamos achando que está mais para um gato grande! Ou não rsrs
Eu e a Bibi ficamos no motor Home menor, e os seis no grande. Mas revesávamos para curtir a bagunça do outro motor home, com música e bate papo. Revesávamos para dirigir o Motor Home grande também, apesar de não existir grandes segredos.
No meio do caminho uma grande parada onde existem ônibus que levam os turistas até um glaciar. Os canadenses não são americanos, mas sabem como ganhar dinheiro. Para quem gosta de facilidades e uma boa foto, pode ser uma boa, mas novamente, a experiência ou qualquer aspecto cultural, não fazem do parte do pacote.
Seguimos pela estrada maravilhosa, com aquelas montanhas e lagos azuis. Muitas placas sobre a vida selvagem e cuidado com os ursos. Como existe este grande numero de turistas, no passado houve problemas com ursos, que vinham revirar lixeiras em busca de comida fácil. Hoje desenvolveram lixeiras inteligentes, a prova de urso, praticamente solucionando os problemas.
Jasper é outra cidadezinha gostosa, menor que Banff. Mas o parque ao seu redor é bem maior, e as possibilidades infinitas. Deve ter canadense que cada verão vai para um lugar diferente. Se bem que encontramos trailers fixos em alguns campings, com jardim, deck e tudo!
- Ultima noite dormimos no estacionamento
- Motor Home
Ainda fizemos uma parada no meio do caminho para Vancouver na volta. O início da estrada ainda estava bem bonito, mas depois virou simplesmente uma auto estrada. Escolhemos um camping todo estruturado, onde deixamos os motor home prontos para a devolução, já que na noite seguinte dormiríamos no estacionamento da locadora, para entregar de manhã bem cedo e seguir para o aeroporto (2000 km nesta parte da viagem).
Uns foram, outros ficaram e comentava com a Bibi: como é bom ter uma família que gosta de viajar!
Que beleza de viagem. De vez em quando é bom variar, né? Quanto mais com a família.
Oi! Adorei o post! Tens como me passar o nome do camping que ficaram em Banff?
Oi Flávia,ficamos no Tunnel Mountain Campground. Eles ficaram no 2, que é mais estruturado e com linda vista para as montanhas e Eu e a Bibi ficamos no 3, que tem floresta e é mais simples (o 2 tava lotado).
Está indo para lá?
Oi, acabei de ver a vossa entrevista no programa do Jo e adorei. Tanto que não me importei de adiar o meu sono. Quando vi o vosso roteiro, notei que passaram por Moçambique e fiquei curiosa e, quando deixaram os vossos endereços, “corri” logo para eles.
Prometo passar sempre por aqui porque acredito que me vão inspirar
Seja bem vinda Zaida!
Que parte do Moçambique vc mora?
Abs