O Sonho

Menos de uma semana para partir, e parece que ainda não caí na real.  Não sei bem quando iniciou minha paixão por viagens, talvez seja até genético, pois toda minha família sempre teve o costume de viajar muito. Desde pequeno sempre encarei as viagens como algo muito normal e ao mesmo tempo necessário.

A idéia de ” dar a volta ao mundo” é bem mais recente. No meu primeiro mochilão para a Europa descobri que viajar podia ser ainda mais barato que imaginava, desde que alguns cuidados fossem tomados. Mas, foram nas minhas viagens para a Ásia, que eu fui me dar conta que o mundo era muito maior e mais interessante que eu imaginava. Nesta época já estava formado, construindo uma carreira promissora. As viagens anuais não me contentavam. Os 25 dias/1 mês  que eram muito para o mundo coorporativo passavam num piscar de olhos para mim. Conheci pessoas que estavam viajando por longos períodos, super tranquilas  de que quando voltassem para casa, teriam sua vida normal de volta. Pessoas interessante, que não estavam viajando por uma fuga ou porque não deram certo profissionalmente, mas por opção. A semente estava plantada, definitivamente eu estava com a ” Travel Bug”.

O próximo passo foi deixar o trabalho, planejar tudo com a minha então namorada – hoje primeira dama – para darmos a tão sonhada ” volta ao mundo”. Na contramão vieram propostas irrecusáveis de emprego (mais tarde descobriria que sempre aparecem nestas horas), e acabamos adiando a viagem. Cada ano que passava, nossas carreiras iam se solidificando, o que nos fazia cada vez mais adiar a data de partida. Dizem que quando você quer muito alguma coisa, o universo inteiro conspira ao seu favor. Comigo não foi diferente. Como um golpe do destino, a empresa que trabalhava foi vendida. As propostas irrecusáveis apareceram novamente, mas desta vez eu estava preparado para negá-las (valeu pelos conselhos Pati!). Já tinham me falado que numa viagem destas o mais difícil era partir, mas eu não imaginava o quão difícil seria.

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