O Ira tem desertos, muitos desertos, mas também tem montanha. Tem neve, e estacoes de esqui. Tem praias no golfo pérsico e no Mar Cáspio Tem cidades antigas, muito antigas, tradição religião Tem cidades modernas, selvas de concreto como Terha. Tem poesia, musica, festa, seja tradicional ou moderna, com muita bebida. E para completar, tem diversos povos, Persas, Curdos, Loris, Árabes Arzebajans (…), todos da mais alta qualidade!!!
Pegar estrada no Ira e fácil e barato. Devido suas imensas reservas de petróleo, o combustível e quase de graça, e as estradas boas. Um ônibus VIP, que tem ate serviço de bordo vai te custar um dólar por hora de viagem. Se pegar um ônibus velho, sem ar condicionado e frescuras, o preço vai cair pela metade. Grande parte do centro e leste do Ira são imensos desertos, portanto as estradas são uma reta sem fim, mas com uma paisagem incrível.
De Terha fomos para o sul, passando pela religiosa e conservadora Qom, e depois para Kashan, onde já tínhamos combinado com um couchsurfer. Ele estava com jornada dupla de trabalho na fabrica de carro onde era engenheiro, portanto tínhamos a casa só para nos, e ele aparecia só de manha. Kashan foi uma grata surpresa. Sabíamos das tais casas tradicionais, mas acabamos nos surpreendendo quando visitamos! Muito bonito, interessante, sem mencionar o restante da cidade, que também e bem unica. Fomos com o nosso anfitrião numa vila próxima, onde produzem água de rosa, que e bem famosa aqui, mas bem ruim. Imaginávamos um oasis com roseiras e camponeses colhendo, mas este sim e meio propaganda enganosa. De qualquer forma valeu pelo visual e para poder ter mais contato com o nosso anfitrião. Chegaram outros csers na casa dele, bem legais, e acabamos indo juntos para Abyaneh. Uma vila num vale a uns 100 km dali, um pouco depois da usina nuclear. Casas de barro, com uma população praticamente de velhinhos. Eles falam um farsi antigo, e tem uma tradição toda peculiar. O lugar não esta nas melhores condições de conservação mas e muito intocado. As portas tem duas formas de bater, para saber se ‘e homem ou mulher que está chegando. A vista do outro lado do vale, que e verde mesmo no meio do deserto, ‘e uma coisa espetacular. Não pensem que não conhecemos mais pessoas, que não fomos jantar, e não reencontramos depois, só não da para mencionar todas as vezes…
Esfahan era o nosso próximo destino, e com o super visual de deserto para fora da janela, nem percebiamos o tempo passar. Uma cidade super agradável, talvez a cidade grande mais gostosa do Ira. Em plena regiao arida, com suas ruas arborizadas devido ao sistema de irrigação onde pequenos canais percorrem as laterais das ruas. Curtimos um pouco sozinhos, so conversando com os estudantes que queriam praticar inglês e depois com nossos amigos de Teran, que foram la só para nos ver. A cidade tem pontes, palácios Madrassas (escolas islâmicas), parques, mesquitas, igrejas, mas o centro de tudo e a praça Imam Hussein. Uma grande praca, com magnificas construções islâmicas ao seu redor. O palácio Ali Qapu, a antiga mesquita das mulheres, e a impressionante Imam Mosque. Tudo com seus mosaicos e pinturas em miniatura. Como nosso amigo era professor de arte, pudemos aproveitar ainda mais os detalhes. Os mercados estao em toda a volta da praça e seguem por quilômetros ao norte, ate a Jameh mosque, já numa região bem menos turística.
No islamismo, alem da conduta espiritual, eles enfocam bastante na parte moral e civil, como agir na sociedade. Na sexta-feira, que e o domingo deles, acontece o Jameh, que e toda uma instrução civil, alem de rezarem e claro. Eu queria ir na mesquita neste dia, mas não ‘e autorizado para não muçulmanos Bem, la fui eu sentar na frente da mesquita, puxar papo com pessoas do lado, e um tempo depois , na maior cara de pau, falar: “vamos?”. Estava entrando e a pessoa que organiza a entrada me barrou. Meus novos amigos advogaram a meu favor (como eu esperava), e depois de alguma argumentação so pediram para eu deixar a maquina fotografica num guarda volumes. Depois de lavar os pés e seguir o ritual de purificação la estava eu passeando por uma das mesquitas mais bonitas do mundo, lotada de gente. Meus amigos não falavam quase nada de inglês então era impossível traduzir o que estavam falando no “ sermão”. Mas fizeram questão de me mostrar os movimentos para quando chegasse a hora de rezar. A mesquita tem um sistema acústico impressionante, e quando todos repetem “Deus e grande, Deus e misericordioso” e algo impressionante. Os senhores mais velhos queriam me dar os seus “terços” e quando eu falava que era cristão todos falavam: “Issa (Jesus), o profeta da paz!! Very good, very good”. Para os muçulmanos xiitas, o decimo segundo Imam, Merdim, lutar’a contra o mal na batalha do apocalipse com Jesus ao seu lado. Após a vitoria, Jesus reinara por um bom tempo…
Ate convencemos nossos amigos de Teran em ficar um pouco mais, mas eles tinham que voltar para o seu dia a dia. Nos despedimos em mais um longo jantar, com muito bate papo.
Gui que arquitetura única mesmo como disseste, é arte, lindissimas obras…seu relato é uma delicia ler…
Em Jerusalém vc nao “passou” pela segurança na Mesquita do Domo da Rocha…Conseguiu entrar nesta mesquita oba!!! Agora valeu!! Imagine sua carinha de feliz!!!
bjs se cuidem!
Pois e, nao acredito ate agora que na teve como burlar aquela vez!
estamos todos reunidos em Bishkek. Logo ligams do Skype.
Bj
Todo mundo que eu conheço que foi ao Irã também adorou, mas foi pouca gente… aqui na Europa existe um medo muito grande, volta e meia acontece algum incidente com turista europeu, então todo mundo pensa duas vezes! Meu marido quer muito conhecer um dia, pois ele é fascinado pelas miniaturas persas e lá encontra-se muitas dessas peças, mas nesse momento não aconselham visitar o país… Você não sentiu nenhum tipo de tensão desse tipo?
Oi Milena, seja bem vinda.
Olha, não vou entrar muito em detalhes, mas o que existe é um preconceito ocidente com o Irã. É cinquenta vezes mais seguro de se fazer turismo lá do que em países como Brasil, México ou Africa do Sul. Não tem nem como comparar!!! Também não existem atentados, como muitos imaginam.
O único perigo que existe é de se iniciar uma guerra, e isto só aconteceria se o país fosse atacado.
Tem bastante turista alemão e francês lá. Muitos jovens, mas também muitos de terceira idade, principalmente em Esfahan e Persepolis.
Se quiser ler a uma opinião feminina de viajar pelo Irã, leia o que minha esposa escreveu sobre o país: http://tambemsai.wordpress.com/category/ira-2/
Conheci uma pessoa aqui de Curitiba que viajou sozinha pelo Irã por 35 dias. Ela também se apaixonou pelo país. É aquela história, quem vai se apaixona, quem não conhece tem medo.
Um lugar onde você pode ler sobre outras opiniões de pessoas que foram (ou estão indo) para la é no Thorntree forum do Lonely Planet: http://www.lonelyplanet.com/thorntree/forum.jspa?forumID=18&keywordid=72
Qualquer dúvida é só falar!
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